Muito se tem debatido em relação ao selfpublhising, especialmente nos meios em que se discute os eBooks. Há quem defenda que este canal alternativo é A via de acesso ao mercado editorial para os novos autores. Acompanhando os últimos bate-papos, ou até bate-bocas, vejo que a discussão orbita em torno de alguns temas básicos:
Nenhum dos debates permite desenbocar em conclusões irretorquíveis, mas alguns permitem ao menos definir uma opinião pessoal em relação a um cenário apresentado. Mas, lendo esta matéria, fiquei me perguntando se estas seriam mesmo as questões mais relevantes, ao menos do ponto de vista do autor.
Será que muitos autores estreantes e/ou entusiastas da nova tecnologia não estão querendo alcançar um tipo de sucesso, teoricamente mais acessível com o advento do eBook, que está intimamente associado ao formato tradicional (impresso) dos livros? Se neste momento histórico tanta coisa mudou e está mudando em torno do que conhecíamos, entendíamos e apreciávamos dos livros, porque o reconhecimento e status dos escritores continuaria a se manifestar nos mesmos moldes de antes? Ou será que as coisas não mudaram tanto assim?
Tentando apresentar o mesmo tema por outro ângulo: pode um jovem escritor que publicou de modo independente o seu eBook esperar para sua obra o mesmo tipo de reação que o lançamento de um livro impresso provocava na década de 60? E essa reação, não estaremos fantasiando em cima de alguns casos pouco frequentes? Espero que desculpem a ignorância das questões apresentadas, pois não estudei teoria literária, história da literatura ou qualquer coisa que o valha, o que talvez fosse requisito para manifestar-me acerca do tema, mas falo apenas como cidadã comum e interessada nos fatos que surgem cotidianamente.
Levantando ainda outras perguntinhas: será que os autores têm mesmo clareza de seus objetivos com o ato de publicar? E essa expectativa deveria ser distinta para livros impressos e eBooks? O que vejo subliminarmente nas discussões parece centrar o foco em “como se tornar um best-seller“. Ainda não assisti debates direcionados à análise do valor literário das obras disponibilizadas em eBook (o que, bem sabemos, não é sinônimo de vendas).
Não tenho nem mesmo as minhas respostas para partilhar. Sei apenas que se tivesse de escolher entre vender muito ou ver um eBook meu disseminado por redes sociais e sendo criticado com consistência, ficaria com a segunda opção. Mas, há que se considerar que pagar minhas contas através da literatura não é (ao menos ainda) uma expectativa. Não sei o que pensam outros autores que têm se aventurado nessa nova possibilidade. Tentei averiguar isso há algum tempo, mas salvo poucos retornos, muito atenciosos (14 autores de eBooks responderam a pesquisa), continuei sem ter as respostas. Mas nem por isso abandonarei as perguntas. E você, o que diria a respeito??