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Produzir um eBook Não é Barato – Comentários

08/10/2011
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Seguindo um desejo que tínhamos desde a criação do REB, estou fazendo um post apenas com as opiniões de leitores sobre o artigo “Produzir um eBook Não é Barato“, que gerou bastante comentários.

Cadu Costa · Stella me corrija se eu estiver errado. Apesar de ser um raciocínio simplista, acredito que ele nos dê algumas pistas. Concordo com o colega acima que a produção profissional de um e-book demanda diversos custos, dentre eles direitos autorais, editoração, diagramação, revisão, publicidade e etc. Vamos supor, hipoteticamente, que os custos de direito autoral sejam da ordem de 20%, editoração mais 10%, revisão mais 10%, diagramação mais 10%, publicidade mais 10% e por final, a matéria prima e impressão na ordem de 30%, refletindo o custo total de um livro.

A rigor, se formos colocar na balança todo esse custo inicial exigido na confecção de um livro, podemos inferir que esse valor inicial é completamente absorvido com a venda de um número X de exemplares. Acredito que nessa cadeia de produção, apenas o autor receberá os direitos autorais, considerando novas tiragens do material, além do custo da matéria prima destinada a impressão, isso no caso dos livros físicos. Já as outras etapas, não menos importantes, como editoração, tradução e etc…, já foram remuneradas pelos profissionais contratados da editora.

A partir disso, surge na minha cabeça um abismo intransponível acerca dos valores injustificáveis praticados pelas editoras. O livro no formato digital não exige matéria prima / impressão / logística. Os custos muitas vezes do livro digital é praticamente zero, em se tratando de um PDF, que já foi anteriormente diagramado para o formato de impressão, quando muito, um novo valor a ser agregado traduzirá uma versão adaptada ao formato ePub ou outro equivalente.

Isso demonstra apenas uma coisa: lucro. Se houvesse uma transparência maior por parte das editoras, talvez nós consumidores teríamos valores mais condizentes com a realidade de um país de terceiro mundo. Suponha-se que o custo total de um livro seja na ordem de 50 mil reais (chutei hipoteticamente esse valor) e que foram vendidos 100 mil exemplares ao custo de R$ 50,00. A editora arrecadou com a venda dessa obra algo em torno de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões). Este valor, por maior que seja, já liquidou todo o custo inicial de produção do livro, bem como subsidiou os valores destinados a remunerar a matéria prima, impressão e logística. Ainda nos resta uma sobra colossal. A partir disso fica apenas uma pergunta: Por qual motivo as editoras não revertem essa sobra (milionária) no barateamento do valor desses mesmos livros? Isso considerando que ainda vão receber, mesmo que num custo menor, a remuneração pelos mesmos livros e que lhes proporcionará o famigerado lucro, que aliás, revela o único objetivo de grande parte das editoras…

Paulo Carvalho · Stella é claro que produzir um e-book profissional não é barato, mas compará-lo ao preço dp livro impresso é exagero, pois o livro impresso além de todos os cuidados que também tem no e-book (editoração, diagramação, revisão, divulgação…) também acumula os gastos de impressão, matéria prima e logística.

Fora isso, vemos que a tendência do novo mercado de e-book está pendendo para as grandes livrarias on-line, o que pode baratear alguns custos tanto em questões técnicas de gastos com servidores, como em publicidade, já que haverá parceria de divulgação editora-livraria.
Izabel Cristina Delmondes · Claro, Stella, o problema chama-se ganância das editoras / distribuidoras. Se o livro já foi produzido em sua versão impressa, para ser transformado em versão digital, é simples e fácil, como todos nós aqui sabemos. Aqui cabe perfeitamente a sua que também é a nossa questão, porque será que ainda custam tão caro? Além disso, existe o fator logística, e esse fator pesa, e muito, no custo de tudo o que compramos quando não o fazemos diretamente do produtor no seu local de origem.
Oswaldo Pullen ·É pior do que ganância. As editoras não querem ser controladas. Do jeito que está agora, com só o editor sabendo, de fato, quantos livros foram vendidos lá na ponta, está ótimo para eles.

Nos EUA e Inglaterra, todo o sistema de controle de vendas, e estou falando de livro impresso, está centralizado. Quando o caixa de uma livraria registra a venda e o seu código de barras, estes dados seguem em tempo real para uma base de dados disponível para todos os interessados. Não dá para dizer que vendeu dez quando em verdade foram trinta.
Com o advento do e-book a venda e o seu controle sai da ponta e passa a acontecer na distribuidora, onde todos os interessados podem tomar conhecimento do que verdadeiramente está sendo comercializado.

Isto desagrada a um bocado de gente…

 

    1. Prezado Erick, foi só uma estimativa. A ideia que tentei passar era de que os valores de bestsellers vendidos são muito superiores ao custo de produção e lucro da editora/ distribuidora. A partir disso, as editoras poderiam repassar o lucro em forma de desconto aos consumidores como forma de barateamento dos mesmos.

      Para exemplificar, tenho um livro do autor é o William Douglas, Como Passar em Provas e Concursos, que na edição de 2004, já havia vendido mais de 75 mil exemplares. Hoje certamente o número de exemplares vendidos já ultrapassou e muito a casa dos 100 mil exemplares. A rigor, se fizeres uma pesquisa mais detalhada encontrará mais livros nessa mesma situação. 🙂

      Forte abraço,

    2. Estimado Erick Vasconcelos,

      Segue algumas ponderações.

      “(…) utilizando a somatória das listas semanais de 7/1/2011 a 13/5/2011. Basicamente, eu somei o número de exemplares que cada editora colocou na lista, independente do número de títulos.
      (…)
      É sempre bom lembrar que este estudo se baseia apenas nos 100 títulos que todas as semanas entram na lista de mais vendidos do PublishNews e não na totalidade do mercado. Desta forma, editoras que vendem bem em mercados alternativos ou possuem um catálogo forte, com long-sellers, acabam subdimensionadas neste estudo. “

      Vi os números e discordo. Primeiro, porque você tomou por base apenas um site, que considerou seis meses de comercialização de obras de diversas editoras. Eu, nos meus argumentos, tomei por base a existência da obra, desde a sua concepção enquanto entidade abstrata até o fim de sua cadeia de produção. Em outras palavras, do momento em que o livro é redigido pelo autor até a sua venda ao consumidor. Isso, obviamente, sem esquecer que “editoras que vendem bem em mercados alternativos ou possuem um catálogo forte, com long-sellers, acabam subdimensionadas neste estudo.”.
      Segundo, se você pegar uma obra qualquer, desde Gabo até um J.J. Benitez, verá que na história da venda desses exemplares elas ultrapassaram e muito a casa dos 100 mil livros vendidos. O critério é a história de venda da obra, não uma estatística superficial baseada no “número de exemplares que cada editora colocou na lista, independente do número de títulos”.

      Quanto comparar “uma apostila de concurso com livros convencionais é meio forçar a barra, não acha?”. Não, não acho. A concepção desse livro, independente de seu conteúdo, revela as mesmas etapas para a criação de um livro convencional. A titulo de esclarecimento, essa obra já vendeu mais de 175 mil exemplares, segundo o site. Para maiores informações vide site da editora: http://www.impetus.com.br/#display=products&container=content&module=jpf_ec_product&view=show_all&id_product=176

      Sem mais,

      Cadu

  1. Sem sombras de dúvidas que a GANÂNCIA é, infelizmente, o fiel da balança.

    Quanto mais ganância, mais livros nas estantes, e, com qualidade.
    Quanto menos, menos livros de/com qualidade, mais porcarias nas livrarias físicas, e também nas virtuais.

    Percebermos isso, e também que “até o momento nada efetivo pôde ser feito”, é vislumbramos os porquês das resistências “naturais” da expansão do e-Books, e a causa das editoras estarem “agarradas” ao seus “ossos”. – Verdadeiros monstros do capitalismo INSANO!

    “Pontos de vistas e percepções proveitosas”!

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