Amazon Kindle Fire

Resenha – Tablet Amazon Kindle Fire

02/03/2012
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Trazemos hoje a vocês a resenha de um esperado produto pelos leitores, o Kindle Fire. Se por um lado ele não é o aparelho preferido dos que apreciam tecnologia pesada, como telas grandes, câmeras, GPS e 3G, por outro ele pode ser a opção ideal para assíduos leitores que querem livros coloridos e não se importam com a tela luminosa. Confira.

Design

Seu visual é no mínimo normal, porém bem sóbrio e elegante. Não há qualquer destaque. O Fire tenta ser praticamente invisível para que o que importe seja mesmo o conteúdo em sua memória. Na frente há apenas a tela com uma moldura preta. O único botão físico é o de energia, que fica na parte de baixo do tablet, juntamente com a conexão microUSB e a entrada padrão para fones.

Não há absolutamente mais nada em nenhum outro lado ou na traseira, a não ser pelas saídas de áudio estéreo na parte de cima, muito discretas. A traseira é preta e emborrachada, com o logotipo do Kindle em baixo relevo – e só. Ele é leve para um tablet, mas com certeza pesado para um instrumento de leitura, com 406 gramas.

Amazon Kindle Fire

Visão geral da biblioteca (Fotos por Stella Dauer)

A tela poderia ser melhor. Não por ela ser pequena, com apenas 7 polegadas — é até um tamanho prático —, mas simplesmente porque não se compara à tela de outros tablets, como o Galaxy Tab 10.1, por exemplo. Ela possui resolução boa de 1024 x 600 pixels e 16 milhões de cores, além de tecnologia IPS, fazendo com que a imagem seja vista em grandes ângulos.

Hardware e processamento

Apesar do preço reduzido, não há economia demais no processamento. Há um chip de 1GHz dual core e memória RAM de 512MB. Não é, claro, tanto como os aparelhos mais caros, mas é bem aceitável para um gadget menor e mais popular. Esse conjunto fez com que ele não engasgasse em nossos testes. Foi tudo bem com vídeos, livros e músicas. Até na multitarefa ele desempenhou um bom papel.

Por causa do preço, esqueça as features badaladas que você encontra nos tablets mais poderosos (e caros). No Fire não há GPS, Bluetooth, conexão 3G ou câmera. Como não há microfone, além disso, não há como utilizá-lo em qualquer programa de chat como o Google Chat ou o Skype.

Sistema operacional e usabilidade

Aqui temos um pequeno calcanhar de Aquiles. O Fire vem com Android 2.3, porém não um qualquer. A Amazon se utilizou do Android para construir seu sistema personalizado. Eles não erraram no design da interface, que é escuro e de muito bom gosto, com cinzas escuros e laranja. Erraram — para os consumidores, não para eles — ao inventar sua própria loja de aplicativos e proibir o acesso ao tradicional Market do Android. Como vantagem, há o filtro de qualidade com aplicativos especialmente feitos para o Fire, mas isso acaba tolhendo as opções do usuário que sabe que o Android é muito mais do que isso.

Além disso, o Fire fica sujeito aos updates da Amazon, que podem demorar bem mais do que os do Google. Dizem até que alguns Fire estariam sendo atualizados sem a permissão de seus donos.

Sua usabilidade é razoável. São poucas opções de personalização, o que facilita a vida do usuário que não entende muito de tecnologia e nem quer ficar mexendo muito no aparelho. Em compensação, quem entende de tecnologia pode achá-lo meio limitado.

Amazon Kindle Fire

Logotipo em baixo relevo na traseira (Fotos por Stella Dauer)

Também não há botão físico e nenhum de toque fora da tela. Tudo acontece dentro das 7 polegadas. O botão home sempre fica disponível no canto inferior esquerdo, e a barra superior mostra as horas, a rede sem fio, bateria, e o acesso às configurações. Um atalho com os mais acessados é logo apresentado, sendo que para chegar às outras disponíveis basta apertar o botão ‘Mais’. Lá são acertadas outras configurações, mas nada perto de um tablet comum com Android puro.

Para leituras, é possível ajeitar itens como o tamanho da letra, o espaçamento de linha, margens e os modos de cor normal, noturno (invertido) e sépia. É possível também escolher entre 7 fontes diferentes. Além disso, ao clicar em cima de uma palavra ou frase é permitido fazer anotações, grifos ou buscas por termos na internet. Ele cobre muito bem o básico que é preciso em um livro digital, incluindo a busca.

Aplicativos

Está aí mais um problema deste tablet – ao menos no Brasil. Por causa da loja exclusiva da Amazon, existem “apenas” 10 mil aplicativos, e não os 360 mil totais disponibilizados no Android Market. Nada muito terrível, mas aqui não há acesso a essa loja. Assim, não há acesso oficial a nada.

Entretanto, a seleção da Amazon não é ruim, e esse número mais restrito significa também um melhor filtro de porcaria, que existe aos montes no Market. Além disso, os aplicativos disponibilizados para compra na loja de apps da Amazon funcionam perfeitamente no Fire, e até são feitos especialmente para ele.

O destaque entre os aplicativos fica com o Silk, o navegador do Fire, que a Amazon diz ser inovador por ser muito rápido. De acordo com ela, o aplicativo é uma mistura do processamento do tablet com os serviços de nuvem da empresa. Ele suporta Flash, e realmente se mostrou bem rápido no carregamento de algumas páginas, mas nada fantástico como promete a Amazon.

Leitura de livros

Uma das principais funções do Fire não é jogar, ou acessar a internet, e sim a leitura. Com a facilidade de comprar livros digitais com um toque de dedo e acessá-lo em menos de um minuto, ele é um baú do tesouro para quem gosta de ler — em Inglês, claro, já que a maior parte do acervo da Amazon está nessa língua.

Fizemos o teste da leitura prolongada. Colocamos alguns livros no aparelho e o levamos para a cama, onde todo mundo costuma ler. Poderíamos ter feito isso no transporte público, mas o aparelho é vistoso graças à tela brilhante e nessas ocasiões é melhor investir no smartphone.

Amazon Kindle Fire

Bordas emborrachadas e arredondadas (Fotos por Stella Dauer)

Na cama, fizemos o teste do cansaço da vista. Como ele é uma tela de LCD, julgamos não precisar de uma luz que o acompanhasse, mas estávamos enganados. Depois de pouco mais de uma hora e meia de leitura, os olhos começaram a sentir a luz. Graças à tecnologia IPS, inclinamos ele um pouco para que a luminosidade — já em seu mínimo — não agredisse tanto os olhos.

No geral, não é muito confortável ler com ele deitado. Ao contrário de um eReader, que é leve e pode ser segurado com uma mão, o Fire exige as duas mãos, pois é um pouco pesado. Depois de um tempo, cansa o braço segurá-lo, e tivemos que improvisar um apoio na cama, virados de lado. Ainda assim, a leitura se deu por vários dias.

Música e mídia

Músicas colocadas dentro da memória funcionam sem problemas no aplicativo nativo do aparelho. Os vídeos, entretanto, precisam de outros aplicativos para Android para rodarem – o app nativo só roda o que for adquirido dentro da loja da Amazon.

O player de música é simples, mas bonito. Pena que não há botão de volume físico, e para fazer qualquer ajuste é necessário recorrer à tela. O som é alto e bom na caixa de som externa, e o interno funciona de acordo com a qualidade do fone utilizado.

No vídeo, quase a mesma coisa. Como os falantes ficam posicionados apenas de um lado, ao assistir um vídeo, o estéreo acaba sendo prejudicado. Ele aceita apenas os formatos MP4 e VP8 de vídeo, mas ao instalar outros aplicativos de vídeo isso se torna irrelevante. Falando em formatos, a Amazon informa que as seguintes extensões são aceitas: Kindle (AZW), TXT, PDF, MOBI, PRC, JPEG, GIF, PNG, BMP, AAC, MP3, MIDI, OGG, WAV, MP4 e VP8.

Amazon Kindle Fire

Tela menor, boa para ler (Fotos por Stella Dauer)

Armazenamento e bateria

Como os eReaders da Amazon, não há espaço para cartão de memória, uma falha que a Amazon parece desconsiderar. Há 1,2 GB disponíveis para a instalação de aplicativos, e outros 5,4 GB para o armazenamento de livros, revistas, músicas e vídeos.

O pouco espaço é justificado pela Amazon com seu serviço de armazenamento na nuvem. Para quê tanto espaço, se tudo pode ser guardado na rede? Realmente não cabem muitos vídeos no tablet, mas livros podem ser guardados aos milhares. É possível também armazenar uma boa quantidade de aplicativos. Além disso, a Amazon promete espaço gratuito para todo conteúdo adquirido no site.

Quanto à bateria, sua duração é um pouco superior à dos tablets normais. Sua tela é menor e seu processamento não exige tanto da máquina, como nos outros modelos. Na leitura, com o Wi-Fi ligado, o Kindle Fire durou aproximadamente 10 horas de uso, divididos em três dias – nada perto dos eReaders, mas deu para ler bastante. Assistindo filmes, ouvindo música ou navegando na internet, esse número cai para umas 6 horas, aproximadamente.

No Brasil

Vale a pena ter um Kindle Fire no Brasil? A resposta é: depende. Como vimos, o tablet funciona normalmente para a compra de livros na Amazon, e também aceita arquivos em formato Mobi — um pouco de pesquisa e você descobre como passar seus arquivos em PDF, Word e ePub para esse formato. É também possível instalar aplicativos Android nele. Assim como nos eReaders Kindle, basta enviá-los para o seu email e abrir o link dentro do Fire.

Quanto aos vídeos, ele reproduz com a ajuda de um aplicativo externo, sem problemas. Por isso até vale a pena comprá-lo, se você ou algum amigo seu estiver voltando dos EUA. Como a Amazon deve chegar por aqui ainda no primeiro semestre, é capaz de termos acesso a todo o acervo da Amazon ainda antes de 2013.

O que vem na caixa

O minimalismo toma conta do volume. Além do próprio aparelho, encontra-se também a tomada com cabo para carga na parede e um rápido guia. É altamente recomendável adquirir uma capa para preservá-lo e, caso você não tenha, um cabo USB, já que não vem nenhum com ele.

É o fim dos tempos, pois a Amazon claramente descarta o uso de um computador no meio do processo. Assim como a Apple, a Amazon quer acreditar que tudo ficará disponível na nuvem e que computadores não são mais totalmente necessários.

Amazon Kindle Fire

Entradas microUSB e de fone de ouvido (Fotos por Stella Dauer)

Para quem é

Melhor que o iPad? Com certeza não, mas nem todo mundo precisa de um super tablet. Quando o objetivo é apenas ler um eBook ou assistir a um filme, um tablet menor e mais barato pode servir muito bem a uma parcela de pessoas que não tinha acesso a um super gadget. O Kindle Fire traz os web tablets aos holofotes com uma boa competência.

Preço: US$199
Site: amazon.com

Prós:
• Tablet de marca com valor bem aceitável;
• Acesso a conteúdo variado da Amazon;
• Modelo simples para o usuário.

Contras:
• Um pouco pesado para leitura;
• Não possui conexão 3G;
• Não possui entrada para cartão de memória;
• Não possui câmera ou GPS.

Agradecimentos a Matheus Gonçalves, o @toadgeek, pelo empréstimo do aparelho.

*Resenha originalmente publicada no TechTudo.

Confira a vídeo-resenha do aparelho:

httpv://www.youtube.com/watch?v=rFy3Vs6Zwhc

 

  1. No geral gostei. Quis até comprar um, mas optei pelo Kindle WiFi 3G, pois como minha preferência é a leitura, “por enquanto” me considero satisfeito.
    Entre tantas coisas colocadas aqui, uma que me deixou intrigado e um pouco decepcionado, é o fato de não ter entrada para cartões de memória.
    “Como pôde a Amazon cometer tal vacilo”?

  2. Pingback: Resenha – Tablet Amazon Kindle Fire | Revolução E-book | GSM Brasil

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