Um modelo de negócios inédito pode dar um novo ânimo ao mercado de audiobooks britânico – quem sabe, mundial. A startup Bardowl iniciou suas atividades com um serviço de audiobooks voltado para dispositivos móveis. A novidade é que todo o conteúdo é disponibilizado por assinatura e os livros são transmidos via streaming, modelo semelhante ao Spotify e Netflix.
O serviço consiste em um aplicativo – que, por enquanto, só pode ser baixado pela App Store (iOS) – cuja assinatura é de 9,99 euros por mês. Com isso, o usuário pode ter acesso a diversos títulos licenciados pelas editoras parceiras da Bardowl sem precisar pagar mais por isso e o melhor: sem DRM para atrapalhar a vida.
O projeto rendeu à empresa o primeiro lugar na categoria ‘melhor startup’ do FutureBook Awards 2011, premiação local que reconhece as melhores ideias no ramo editorial. No catálogo estão disponíveis 100 títulos da área de Negócios – incluindo best-sellers como “How to Get Rich”, do autor Felix Dennis. O objetivo é conquistar um público amplo e geral para disseminar o serviço, e daí partir para outras categorias. A expectativa é que, até o final de agosto, mil audiobooks já estejam disponíveis no serviço.
Apesar de ser um modelo promissor, as editoras – acostumadas demais com as vendas unitárias (livro por livro) – ainda são resistentes à adoção desse novo meio de distribuição. Ainda assim, a empresa já fechou negócios com editoras do naipe da Penguin e Macmillan. Rob Shreeve, diretor de publicações da Bardowl, explica que:
“Eles estão nervosos com a venda por assinaturas, porque é um modelo completamente diferente, e eu entendo isso. Mas na verdade isso nos permitiu desenvolver a tecnologia. Muitas pessoas, editores e investidores, estão de olho no lançamento, e uma vez que eles vejam o que podemos fazer, espero que o nosso alcance aumente significativamente”.
Shreeve estima que o mercado de audiobooks britânico movimente cerca de 15 a 20 milhões de euros por ano, e com a tendência crescente na demanda por smartphones, é possível que modelos de negócios como a Bardowl consigam um bom naco desse mercado. De acordo com um levantamento do IDC, as vendas de celulares inteligentes devem disparar 38,8% em 2012, chegando a 686 milhões de unidades em todo o mundo – cerca de 20% destes serão iPhones.
Seria esse o modelo ideal de comercialização de e-books em geral, sem travas e sem medo de pirataria? Um preço justo e fixo por mês, além de ser cômodo para o leitor, estimula a própria leitura e favorece toda a cadeia de distribuição que pode ser formar em torno dos livros digitais. O que você acha dessa iniciativa? Deixe sua opinião nos comentários.
Com informações do The Bookseller