No mercado norte-americano de livros, a fatia dos eBooks cresceu de 1% em 2008, para 23% em 2012. Apesar de ser um avanço impressionante, alguns podem questionar: “e onde está o dinheiro, a escalabilidade do negócio?”. Aparentemente, as grandes editoras, varejistas e distribuidoras estão concentrando a maior parte das receitas, mas não é só isso: os autores também ganharam mais poder.
Em primeiro lugar, porque o mercado editorial se tornou acessível para qualquer pessoa capaz de escrever um livro. Se antes era necessário um milagre para cair nas graças de uma editora e obter 10% dos lucros das vendas, agora é possível publicar um livro em poucos cliques, conquistar milhares de leitores, mensurar a audiência em tempo real e ter contato direto com as pessoas que compram o livro. Além disso tudo, os ganhos dos autores variam de 30% a 80% do preço de capa.
No entanto, selfpublishing não significa que o autor sozinho opera milagres. Significa que ele passa a controlar todo o processo, mesmo quando necessita da ajuda de profissionais especializados (revisores, ilustradores, produtores editoriais), e não fica à mercê da editora. É o que concluiu o consultor Mike Shatzkin, em entrevista para Jeremy Greenfield, editor do Digital Book World. Para Mike, todos – não apenas os autores – se tornarão editores no mercado de eBooks, inclusive empresas que nunca se interessaram pelo mercado de livros. Tudo isso, motivado pela abrangência das mídias sociais e pela facilidade de publicar livros digitais.
Em breve – nos próximos 5 ou 10 anos – toda universidade (talvez mais os departamentos, dentro das universidades), todas as firmas de advocacia e consultorias empresariais, certamente todos os criadores de conteúdo em outras mídias, bem como a maior parte dos varejistas, se tornarão editores.
Essas e outras informações sobre a transformação capitaneada pelos eBooks também estão em um infográfico, produzido pela Now Novel (confira aqui). É verdade que livros publicados em língua inglesa tendem a vender muito mais do que livros digitais em português, uma vez que têm à disposição milhões de leitores na América do Norte, nos países anglófonos da Europa, Ásia e África e pessoas ao redor do mundo que entendem o idioma. Mas o Brasil não fica para trás: estamos no top 5 do mercado de eBooks, embora tenhamos muito o que fazer para validar novos negócios nesse mercado.
Com informações do Ebook Friendly