Opostos que não se escutam

“É tudo mais complexo do que a gritaria da ABDR faz parecer”, diz Thiago, do Livros de Humanas

21/05/2012
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A jornalista da Folha de SP Josélia Aguiar publicou entrevista (por email) feita com o moderador do site Livros de Humanas. Entre outras coisas, Thiago, moderador do site, enxerga uma imensa “perda de credibilidade” das editoras perante o público que consome livros, acredita que não desrespeita nenhuma legislação vigente e afirma não conhecer “estudo sério e independente que confirma que a cópia digital de livros (…) prejudique as vendas”.

Alguns trechos:

A medida da ABDR surpreendeu? “Um pouco. Apesar de algumas ameaças da ABDR, nunca imaginei que editoras que publicam livros utilizados basicamente por universitários adotariam estas medidas. Pela movimentação das redes sociais podemos verificar que a perda de credibilidade delas perante o público que consome livros foi imensa. E quem baixava no livrosdehumanas.org é basicamente o mercado consumidor destas editoras. Há muitos depoimentos de estudantes no Twitter ou na nossa página no Facebook que diziam conhecer as obras pelo site e depois compravam o exemplar físico. O PDF não substitui o livro impresso.”

Na entrevista ao “Globo” há um ano você concordava que o blog desrespeitava a legislação vigente. Mudou de ideia? “Depois disso estudei mais a questão e não mantenho esta declaração. Inexiste no judiciário brasileiro condenação por compartilhamento gratuito de livros. O que existe – e são poucas – são decisões contra comércios e prestadores de serviços reprográficos (as xeroxs) dada sua natureza comercial.”

Chega a 2.300 a quantidade de livros para download? “Provavelmente o número de arquivos é este, um pouco mais ou um pouco menos. Mas ressalto que nem todas as obras são possíveis de processo pela ABDR. Tem título em domínio público, artigos acadêmicos publicados nas mais diversas revistas, livros em língua estrangeira, livros que estão esgotados (e portanto sem contrato com as editoras brasileiras), livros publicados apenas em Portugal, livros de editoras universitárias que disponibilizam ebooks gratuitos (como os da cultura acadêmica da Unesp ou do repositório de livros da UFBa), livros de editoras que não são filiadas à ABDR, livros com autorização dos autores. É tudo mais complexo do que a gritaria da ABDR faz parecer.”

Para ver a entrevista completa, visite o blog Livros Etc.

 

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  1. Não sou a favor de pirataria mas, considerando que são livros em PDF e que a maioria das pessoas no Brasil não possui um e-reader, realmente não creio que haja um impacto nas vendas, e talvez até ao contrário.

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