Segundo o Wall Stree Journal, a trilogia Fifty Shades alcançou uma venda total de 31 milhões de unidades em inglês, 20 milhões apenas nos EUA – e metade disso em eBook. A obra instiga debates no meio editorial sobre a razão e as consequência de sua popularidade. Iniciada com o ebook Fifty Shades of Grey, de E. L. James, uma escritora iniciante, a obra foi concebida inicialmente como uma fanfic baseada na saga “Crepúsculo”.
Para Scott Pack, do blog The Bookseller, independente da qualidade da trilogia e das muitas imitações que fatalmente irão surgir, o fato de livros estarem no centro das conversas atuais já é extremamente benéfico e acaba por alavancar a venda de títulos de todos os gêneros.
Nick Harkaway, no FutureBook, lembra que o mercado editorial continua patinando apesar de Fifty Shades, e em vez de ficar a procura de um novo grande sucesso, deveria apoiar mais os autores midlist, ou seja, autores que não são campeões de venda, mas que possuem uma base consistente de leitores.
Já Julia Kingsford, em outro texto no The Bookseller, critica a insistência dos clichês que têm sido escritos na imprensa a respeito dos leitores de Fifty Shades serem, supostamente, “donas de casa entediadas” e não leitores “sérios”, habituados à “verdadeira” literatura. Para Kingsford os livros são escritos para todas as pessoas, e esta segregação e consequente elitização da leitura é fruto de um esnobismo perigoso e prejudicial ao meio literário.
O sucesso de Fifty Shades mostra que ainda há muitas surpresas reservadas no mundo editorial e com o crescimento das mídias sociais, a próxima tendência pode vir de onde menos se espera.