…e Quanto a Estes o Brasil Ainda Deixa a Desejar.
Hoje li um post em uma rede social que me fez refletir. No comentário, o usuário dizia que começou a ler ebooks somente após comprar um eReader Kindle. Já li muitos comentários semelhantes, e não por coincidência. A verdade é que a revolução dos eBooks está nos serviços disponibilizados para estes pelas grandes livrarias.
Enquanto muitos ficam discutindo o sexo dos anjos, tentando provar qual formato de eBook é o melhor, os revolucionários investem em serviços e dispositivos cada vez mais intuitivos. Uma prova viva de meu ponto de vista é a Amazon, que apesar de utilizar um formato de eBook teoricamente possuindo menos recursos que o ePub, domina o mercado de livros digitais.
É obvio que o sucesso da Amazon com o Kindle também está vinculado a muitos outros motivos, mas se a compararmos com algumas de nossas livrarias que, no mercado nacional também são gigantes mas não conseguem obter o sucesso da Amazon nem passando por perto de sua sombra, podemos destacar alguns pontos candidatos à explicação deste feito.
Como diz a máxima do empresário Ricardo: “Preço é tudo!”. E no Brasil, os eBooks ainda são muito caros, muitas vezes custando mais até que a versão impressa do mesmo livro.
Se alguém quer alcançar o maior número de leitores possível, é necessário entender que muitos deles nasceram na década de 60… Por consequência, muitos não são familiarizados com sistemas digitais (minha mãe que o diga). Mas os serviços de distribuição de livros digitais brasileiros ainda são complexos, exigindo muitos cliques até o usuário finalmente poder ler os livros obtidos. Por consequência, muitos têm medo de comprar e desistem no meio do caminho, isto quando tentam.
Outro ponto pendente no mercado brasileiro (lembrando que estou analisando apenas as principais livrarias do mercado nacional) é um bom serviço de nuvens para os livros digitais. Nenhuma das livrarias das quais testei seus serviços disponibilizavam o livro nas nuvens, como faz a Amazon. Assim, o usuário é obrigado a armazenar e guardar seus livros baixados por conta própria. Para muitos usuários isto é simplesmente uma pedra no sapato. Quando os ebooks são disponibilizados nas nuvens o usuário tem uma sensação de posse bem maior que simplesmente baixando o mesmo livro. E sensação de posse é justamente um dos pontos fracos do livro digital. As pessoas gostam de ter em mãos, de segurar o bem adquirido. Assim, se é possível devolver parte deste sentimento de posse ao leitor, por que não explorar ao máximo esta possibilidade?
Para mim este item é de todos, o mais importante. De nada adianta um livro digital belo e bem estruturado se a ferramenta utilizada para sua leitura não for confortável e simples de usar. Já testei muitos softwares para leitura cheios de recursos e opções, mas a maioria falhava no essencial: Não eram confortáveis na leitura. Efeitos visuais como os que imitam uma página física sendo virada são legais quando vistos pela primeira vez mas, em sua grande maioria, no dia-a-dia tornam-se um incômodo e atrapalham a experiência da leitura.
Outros aplicativos falham não pelo excesso, mas sim pela falta do básico. Por exemplo o software da Saraiva para dispositivos Android, além de possuir muitos bugs (o que é inadmissível), possui problemas terríveis, como botões pequenos e difíceis de serem clicados (tocados), textos mal distribuídos em tela e loja sem versão otimizada para tablets e smartphones. Em outras palavras, simplesmente um aplicativo inútil!
Analisados estes pontos, só posso concluir que o leitor, quando exposto à experiência de leitura de um eBook através de uma dessas livrarias, irá achar o livro digital uma péssima ideia estando muito distante de substituir os livros físicos. Contudo, os números no norte da América indicam que o livro eletrônico vêm crescendo. E este crescimento parece ser proporcional ao esforço das grandes livrarias de tornar a leitura deles tão confortável (ou ainda mais) que em um livro físico através da tecnologia bem empregada!
Prova disso é que volta e meia surge uma nova versão do eReader e dos softwares Kindle. E, ao invés de ficarem entupidos de recursos fúteis, estes tornam-se cada vez mais intuitivos e ganham funcionalidades realmente úteis ao usuário que deseja simplesmente ler!
post por Luis Vasquez, do LivroBook.
A Força dos eBooks Está nos Serviços Disponibilizados