Saiu na Reuters: segundo uma fonte não identificada, a Amazon vai lançar uma nova linha de Kindles no meio do ano, incluindo um novo tablet com tela de 8.9 polegadas e e-readers com iluminação embutida (semelhantes ao novo Nook) nas versões touch com wi-fi e 3G. Já a tela de e-ink colorida deve ficar apenas nos boatos, por enquanto; segundo Vinita Jakhanwal, uma analista da IHS iSuppli entrevistada pela Reuters, o produto ainda precisa de muito desenvolvimento para ser viável em larga escala. Até o momento, a Amazon não fez nenhum comentário oficial.
A notícia vem num momento em que se especula sobre a possível substituição dos e-readers pelos tablets. A E Ink Holdings, principal fabricante das telas de tinta eletrônica, anunciou que teve perdas no primeiro trimestre deste ano, já que, nas palavras de um executivo da empresa,”nosso maior cliente estava otimista demais sobre suas vendas no último trimestre do ano passado e fez um pedido grande demais para nós. Isso fez com que este cliente não comprasse quase nada no primeiro trimestre”. A Amazon não revela números sobre as vendas de cada modelo de Kindle, mas, como é a cliente número 1 da E Ink Holdings, a notícia deu margem a muita especulação sobre a possível canibalização das vendas dos e-readers pelo Kindle Fire. Num mundo em que cada vez mais pessoas parecem preferir a multifuncionalidade dos tablets – como Jenn Webb, do O’Reilly Radar, cujos motivos ficam bem claros neste texto da Stella -, parecemos caminhar rumo ao conteúdo multimídia que as telas de e-ink não são capazes de oferecer.
Por outro lado, se a Amazon não divulga seus números, temos dados de outras fontes que não sugerem um futuro tão sombrio para os e-readers. A última pesquisa sobre leitura digital do Pew Research Center mostra que a procura por estes aparelhos vem crescendo tanto quanto a pelos tablets. Aliás, as porcentagens são exatamente iguais: em janeiro de 2012, 19% dos americanos tinham um tablet e 19% tinham um e-reader; em dezembro passado, ambas as porcentagens ficavam em 10%. O número não é tão surpreendente assim. Qualquer um que já tenha usado um bom e-reader sabe que, para leituras longas de texto puro, ele tem inúmeras vantagens sobre os tablets: é leve, não cansa a vista, tem maior duração de bateria, é mais barato… A opção de ter iluminação na própria tela, como fez o Nook, acaba com uma das poucas desvantagens do e-reader sobre o tablet no quesito leitura. Se o mercado ainda tiver espaço para os livros de texto puro, não declarem a morte dos e-readers por enquanto.
Concordo!
Acho cedo declararmos o fim dos e-readers. Ou melhor, de que eles serão uma fatia pequena do mercado. Os e-readers realmente possuem algumas vantagens chaves que os leitores valorizam e que os tablets simplesmente não possuem.
“Num mundo em que cada vez mais pessoas parecem preferir a multifuncionalidade dos tablets ” Comparar tablets com ereaders pra mim é o mesmo que comparar o Jornal impresso com a televisão…