Abrindo sua operação brasileira com pouco mais de 13 mil títulos à venda e mais de 1.3 mil, gratuitos, a Amazon encerrou um período de meses de intensa expecativa. Pouco depois da meia-noite de 06 de dezembro, a loja brasileira, com ebooks vendidos em reais, estava online – assim como uma legião de ansiosos jornalistas e blogueiros, acordados até o início da madrugada para dar a notícia em primeira mão. Este dia será referido, no futuro, como um marco do mercado editorial brasileiro, um divisor de águas na história do livro, uma oportunidade fantástica para mergulharmos de cabeça e… espere aí, vamos segurar um pouco essa animação toda.
Segundo a edição extra do Publishnews, as grandes editoras estão cheias de excitação, com a chegada da Amazon. Houve quem assinasse contrato há poucas semanas (DLD), poucos dias (Companhia das Letras) e até mesmo poucas horas (Ediouro) antes da abertura da loja do Kindle. E pensar que, até pouco tempo atrás, a Amazon era a própria visão do capeta, para as mesmas editoras. Negócios, são negócios. O garrote contratual da Amazon deve ter afrouxado o suficiente para gerar tanta animação.
Só que a “estreia” da Amazon no Brasil, por si só, sem emoções no meio, foi chocha, como uma cerveja quente. Como foi que a Amazon conseguiu a proeza de deixar o público esperando o ano inteiro, para fazer esta estreia em dezembro, sem ter sequer a versão básica do Kindle para as vendas antes do Natal – e mesmo assim, provocar excitação e contentamento? Deve ser o poder da marca. A grande notícia é que o Kindle será vendido no Brasil por R$ 299. Ele será vendido, e segundo a própria Amazon, apenas nas próximas semanas. A loja da Amazon abriu, ok, mas somente com livros digitais. Bem, isso já sabia-se faz alguns dias. E nada mais. Na prática, a única coisa que mudou mesmo, com a estreia da Amazon no Brasil, foi a moeda, na hora de comprar os livros. Porque todos os livros já estavam disponíveis na loja, mas em dólares, ontem. Como estreia, é muito decepcionante.
Neste sentido, basta observar a concorrência da Kobo e da Livraria Cultura, para notar a diferença abissal em termos de organização e planejamento. Ontem ocorreu o evento de lançamento, oficial, do Kobo, na Livraria Cultura (em São Paulo). Quem quiser comprar um Kobo, basta se dirigir a uma das lojas da Livraria Cultura, ou acessar o site da livraria. Apesar do Kobo custar R$ 399 (R$ 100 a mais que o preço do futuro Kindle Brasil) , este é o único ereader decente disponível para compra no Brasil, hoje. Então, vamos combinar o seguinte: estreia, de verdade, foi a da Livraria Cultura. A da Amazon, bem, seguiremos esperando até 2013.
De todo modo, anote aí… 06 de dezembro de 2012 será referido, no futuro, como um marco do mercado editorial brasileiro. Não por conta da Amazon, mas por conta da estreia oficial de três grandes empresas internacionais do setor, no mesmo dia: além da Amazon, também Kobo e Google. Agora sim, o mercado brasileiro entrou no jogo.
6 de Dezembro de 2012, corrijam!
Opa. Valeu pelo aviso.
Não gostei deles terem disponibilizado apenas a versão "pé-de-boi" do Kindle. Na minha ingenuidade pensei que o produto estava fora de circulação, dando lugar à versão touchscreen. Parece até que é queima de estoque do primeiro mundo… Enfim, a pergunta milionária: em comparação, vale gastar R$ 100,00 a mais e comprar o Kobo Touch?
Esta versao do kindle eh a versao 2012 do kindle basico. Como o touch saiu de serie e o paperwhite ainda nao se consegue facil nem la fora, este kindle esta otimo. Minha esposa mesmo prefere assim pois evita de trocar de pagina por engano. Ja o kobo nao conheco pessoalmente mas esta versao do aparelho tambem nao eh a ultima, mas sim a 2011, com menos resolucao e sem luz (frontlit).
Nem lá fora essa versão está fora de circulação ¬¬. Creio que eles estão enfrentando as mesmas dificuldades da cultura com o kobo (vale lembrar que somente o modelo mais básico desse aparelho é o que está sendo vendido aqui por enquanto também). Futuramente provavelmente a amazon também vai vender os outros modelos.
Creio que vai de gosto. Eu não pago 100 a mais pra comprar um touch porque tenho esse mesmo modelo do kindle e acho super prático essas teclas do lado ao invés de ficar manchando a tela que eu vou ler com as minhas digitais rsrs… Mas é questão de gosto mesmo. Pelo menos a amazon foi mais agressiva do que a cultura, que está fadada a cometer o mesmo erro do positivo alfa com os preços absurdos dos ebooks deles e com um e-reader a 400 reais.
Não achei que a chegada fora decepcionante. Os preços dos eBooks em comparação aos impressos, sim; mas por terem terem desencalhado e as atividades iniciadas, não!
Ao menos estão na estrada e muita coisa há para acontecer!
Seria interessante saber, ver e ler, se quem tem a visão/percepção pessimista e até negativa da ‘gigante’, se viesse a trabalhar com e para eles, ou através deles, se manteria a mesma postura. (Já vi esse filme antes…!).
Concordo contigo Gilmar. Galera acha que é simplesmente chegar revolucionando e pronto,mas se esquece que estamos no Brasil e que aqui as coisas andam devagar, graças, entre inúmeras outras coisas, à nossa carga tributaria estratosférica (a própria amazon queria acordos pra oferecer livros com até 70% de desconto, mas o máximo que conseguiu foi 30 graças a esse quartel descarado de editoras). O mais importante, ao meu ver, aconteceu, que foi a chegada deles. Agora é ver como isso vai impactar (positiva ou negativamente) o universo dos livros digitais no Brasil.
Que curiosidade.
A Amazon começou a vender e-books por R$ 2,99 e agora no site da livraria cultura aparecem e-books por R$ 3,00. A concorrência é bem salutar.
Exatamente!
A amazon pelo que percebi chegou vendendo o que vendia (em inglês, português, etc) para brasileiros a um preço aproximado de 2 reais por dólar e vendendo muita coisa em português somente pela loja brasileira. Eu vi livros que comprei saindo mais barato na loja brasileira por conta da conversão generosa.
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