Uma boa maneira de vender livros é falando sobre eles. Ou melhor, deixando o público falar sobre eles e levar essas opiniões até potenciais clientes. Essa parece ser a intenção da Amazon, que adquiriu, na última semana, a Goodreads – espécie de rede social onde os leitores publicam resenhas, mas integrada com sites varejistas.
A startup conta com um sistema de recomendação de títulos avançado, baseado em preferências definidas pelo próprio leitor e, em longo prazo, em suas leituras. Também serve como base apra divulgação de livros por autores e editoras. O site tem uma dimensão social considerável: o leitor pode trazer seus contatos no Facebook e criar “clubes do livro” dentro da plataforma. Para não deixar pouco fundamentado, vejamos alguns números da Goodreads.
A companhia, sediada em São Francisco (EUA), tem 16 milhões de usuários cadastrados e 37 milhões de visitantes únicos pro mês, além de 30 mil “clubes do livro”. Segundo uma pesquisa de mercado encomendada pela Goodreads, boa parte dos seus usuários também simpatizam com a Amazon: do total, 36% marcaram a companhia como “uma de suas marcas favoritas”; esse número sobe para 45% levando-se em conta os usuários mais ativos.
Por outro lado, 30% dos leitores na rede social usam o eReader Kindle, e mesmo os que preferem tablets contam com o app da Amazon à disposição. Outros números incluem 525 milhões de livros adicionados por leitores, 68,9 mil autores cadastrados e 23 milhões de reviews publicados. A Goodreads foi lançada em janeiro de 2007.
De acordo com representantes da titã do varejo e da startup, o objetivo não é tornar a plataforma mais “comercial”, ao menos em curto prazo. “Futuramente nós faremos o que for melhor para os nossos usuários”, disse Otis Chandler, CEO da Goodreads. Atualmente a rede social suporta a venda de livros por outros varejistas – também não se sabe se a Amazon vai banir os botões de venda.
Já Russ Grandinetti, VP de Conteúdo para o Kindle, garante que a aquisição deverá melhorar a experiência de leitura dos usuários, sem necessariamente gerar receita de forma direta. A Goodreads permanecerá como uma unidade independente, administrada pela mesma diretoria, e terá controle total sobre o conteúdo e as recomendações.
Em 2008, a Amazon adquiriu outra empresa do mesmo nicho, a Shelfari. Mas, aparentemente, a estratégia não rendeu os resultados esperados.
Com informações do Publishers Weekly