São pequenas notícias, que pipocam para lá e para cá, mas que merecem uma atenção, já que nosso mercado é pequeno. Maria Fernandes Rodrigues, do Estadão, publicou três pequenas notas sobre o mercado do eBook nesse final de semana:
- Japão de olho no Brasil
A notícia de que o Brasil vem investindo em livro digital chegou ao Japão. Uma empresa chamada SmartEBook tem procurado editoras brasileiras para oferecer seus serviços de distribuição global de e-books para leitura no telefone celular. A empresa tem sede em Tóquio, escritórios nos Estados Unidos, China, Cingapura e Austrália, um representante que escreve perfeitamente português e, possivelmente, a informação de que há mais celulares do que gente no Brasil e de que os smartphones já chegaram até a classe C.
- Investimento existe, mas…
O mercado de livro digital está amadurecendo por aqui e algumas escorregadas ainda são justificáveis. Outras, nem tanto. Uma busca simples com a palavra “e-book” no site Reclame Aqui resulta em nada menos do que 2.140 entradas. Há reclamações de toda sorte: e-books que travam no final ou que não são compatíveis com os leitores, cliente que compra um livro e recebe outro, ou, o que seria impensável, e-books que demoram mais para chegar aos leitores digitais do que a versão impressa levaria viajando de São Paulo ao Oiapoque, por exemplo.
- Vila, a próxima
Depois da Livraria da Travessa, que começou a vender livro digital esta semana, a próxima a incluir o produto em seu portfólio deve ser a Livraria da Vila. O e-commerce nunca foi o forte da rede paulista, que tem seis lojas na capital, se prepara para abrir a sétima este semestre e procura espaço para outras duas. Mesmo assim, Samuel Seibel garante que o trabalho está avançado e que seus clientes podem esperar novidades para o começo do segundo semestre.
Pequenas notas, mas de grande importância. A primeira, sobre a empresa japonesa, não creio que dê em alguma coisa. Com Amazon e Google Books entrando com tudo no Brasil, acho que as editoras já tem muito com o que se preocupar. E leitura em celular não é tão popular quanto leitura em tablets, um mercado muito mais visado pelas editoras brasileiras.
Sobre as reclamações, isso é algo grave. Se o brasileiro tenta comprar um livro digital e sua primeira experiência é fraca, é muito provável que ele não queira mais fazer isso, ou demore bastante a voltar a fazê-lo. Sei que não é possível investir muito recurso em uma área que ainda é pequena, mas proporcionar uma boa experiência de usuário e fundamental.
Se vocês perceberem, é exatamente isso que o site ReclameAqui faz. Ele oferece uma boa plataforma, de fácil utilização, para que o consumidor lesado possa entrar em contato com a empresa que o lesou, de forma muito mais simples. E por isso mesmo, chovem reclamações de livros digitais. Se os sistemas não são os melhores, o consumidores ainda não estão com conhecimento suficiente para saber como lidar com coisas complicadas como formatos, DRM e outros.
Pior ainda são eBooks com defeito, ou que dão problemas no aparelho. Poxa, livraria e editora minando seus próprios caminhos não dá, né?
Mas, o pior “defeito” de todos ainda são os preços altamente abusivos. Sabemos que isso “vai” mudar, mas a ansiedade aumenta por causa da lerdeza dos proprietários de livrarias/editoras; e, claro, também dos políticos míopes, que tudo fazem para que atualização/cultura/conhecimento/conscientização fiquem bem longe da maioria.
Com certeza. Sem preços melhores, não há popularização…