Parece bizarro, mas talvez não seja. Aliás, é bem provável que seja um assunto polêmico. Após escrever dois livros em que matava os personagens no final, a autora Caroline Smailes recebeu duras críticas sobre suas obras. Os leitores não queriam esse final, e chegaram a rasgar e jogar fora seus livros. Então, Smailes teve uma ideia.
Seu novo livro, 99 Reasons Why, foi lançado em versão digital. Até aí tudo normal, não fosse o fato de que, ao chegar no capítulo 99, o leitor é apresentado a uma roleta que contém 11 números. E cada número representa um final diferente.
Para alguns, isso é um sacrilégio. Os mais tradicionais acham que um livro deve ter apenas um final, aquele idealizado pelo autor. Mas, para Smailes, isso não precisa ser assim. O leitor poderá ler, se quiser, os 11 finais, e decidir de qual gosta mais.
Se é certo ou não, eu não sei. Mas é interessante acompanhar para percebermos as oportunidades que o digital traz. Essa é uma forma branda de interatividade, mas o que mais podemos criar a partir disso? É também importante perceber que autor e editor trabalharam juntos para ter esse livro diferente. Ambos estavam envolvidos na produção, então Smailes pode conceber 11 finais, pois sabia que isso seria possível em um eBook. Inserir o autor na cadeia de produção é muito importante, e também lucrativo.
Confira a reportagem:
Com informações do UOL Notícias.
A idéia não é nova, visto que há muitos livros com finais alternativos, e até o caso “extremo” d’O Jogo da Amarelinha (Cortázar), cuja leitura não precisa (ou não deve) seguir a ordem estabelecida no livro. Mas é interessante ver que isso é possível também no e-book.
Eu faria diferente: permitiria a escolha de um dos finais, mas apenas de um. Escolhido este, os outros dez deixariam de estar disponíveis para leitura. Assim, se o lieotr não gostasse do livro, a culpa seria mais dele que da autora.
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