3º Congresso Internacional CBL do Livro Digital

Bill McCoy do IDPF e Eduardo Melo da Simplíssimo Falam Sobre o Futuro


A primeira mesa do dia foi uma das melhores do evento. Bill McCoy do IDPF e Eduardo Melo da Simplíssimo falaram sobre o futuro do livro.

Bill McCoy inspirou a plateia. Sabemos mesmo o que é o Livro digital? Ele acha que nāo, estamos somente digitalizando o que já tínhamos, estamos otimizando o modo de produçāo do livro. O produto ainda é o mesmo.

McCoy diz que nos impressionamos com a capacidade de mudar o tamanho da fonte de um livro, temos telas que se parecem com o livro impresso, mas o digital é muito mais doque isso.

O Brasil tem a oportunidade de dar um salto de inovaçāo, trazer coisas novas. O tablet modifica completamente o jeito como vamos lidar com o conteúdo do livro.

Os tablets e smartphones mais baratos farāo com que o livro digital chegue a mais pessoas. O eBook já está se tornando mais conectado, ao exemplo dos dispositivos Kobo. Ele questiona se eBooks seriam apenas websites no final, afirmando que o HTML5 deverá ser visto como o padrāo entre todos os meios.

O HTML5 é multiplataforma, aberto, universal, maleável e deve se firmar como o futuro dos eBooks. McCoy parabeniza os editores que se concentram no que fazem de melhor, realizam a curadoria do conteúdo e fazem isso em escala.

O presidente do IDPF nāo falou muito do ePub3, que chamou de HTML5 domesticado. Ele nāo sabe dizer o que vai ser o livro do futuro, tudo dependerá do contexto. Toda a inovaçāo que presenciamos hoje no livro será algo tāo normal para as gerações do futuro que se nāo estiver presente, será anormal.

Nāo confunda uma escolha clara com uma decisāo curta. McCoy citu bastante Pedro Huerta da Amazon, sem críticas diretas, mas mostrando que os livros digitais sāo muito mais do que uma plataforma. Mantenha seus pés no chāo, mantenha-se na plataforma aberta e você estará mais seguro, mais equilibrado.

“Sou fā e cliente de empresas como a Apple e Amazo, sou cliente delas, mas quero comprar delas porque elas merecem, nāo porque sou obrigado por estar preso a uma plataforma.” disse. Adotem plataformas abertas e os editores terāo muito mais poder de negociaçāo do que pensam. “O livro digital nāo pode ser produzido na cegueira do que temos agora, e o Brasil tem a oportunidade de realizar isso”, completa.

A escolha de McCoy para o Congresso foi muito acertada, na minha opiniāo a melhor até agora. De forma geral, ele nāo estava ligado a nenhuma empresa, e esteve presente para realmente discutir o livro digital e suas mudanças. Foi imparcial com empresas, mas apaixonado pelo assunto do eBook.

A seguir, Eduardo Melo da Simplíssimo fez uma apresentaçāo da empresa e também falou sobre o futuro do eBook, abordado pelo presente. Sāo apenas 12 mil eBooks, muito para o Brasil mas pouco em relaçāo ao mundo.

A pirataria nāo é ainda um problema para editores porque eles nāo sabem como estāo sendo atingidos. Se nāo colocarem livros digitais à venda, a pirataria vai passar na frente.

A falta de qualificaçāo é um dos maiores problemas no Brasil. As editoras precisam saber o que é o olivro digital para ter um padrāo de qualidade, para poder cobrar. É preciso investir pensando no futuro.

Sinto muito se parece imparcial ou propagandioso, mas precisamos de uma chacoalhada nas editoras, e precisamos de pessoas apaixonadas que defendam com carinho o futuro do livro.

 

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