Confira a primeira parte do artigo aqui.
Este item merece uma introdução mais detalhada. O conceito de app foi trazido para o mercado pela Apple, com o lançamento do iPhone 3G, que trouxe consigo a Apple App Store e revolucionou o mercado de celulares.
Produzidos com linguagem orientada ao objeto – Objective C–, até então a participação dos designers na produção de app era no desenho da interface. Contudo, este cenário mudou com a chegada do iPad (ele, novamente). Esse dispositivo de 9,7″ abriu as portas das app stores para o mercado editorial.
Através da integração do InDesign com o Adobe Digital publishing Suite – DPS, estima-se um número superior a 1000 apps, entre revistas, jornais, catálogos, entre outros títulos já foram produzidos para as principais lojas do mercado – Apple e Android. Claro, grande parte desses apps são para Apple app store.
Leia relatório sobre a evolução da Apple app store para o iPad aqui.
Na produção de conteúdo para tablets com InDesign e DPS, o produto final será sempre um formato Folio (inicialmente chamado de issue), que corresponde a um pacote zipado (mesma estrutura do ePub) de todo o projeto, contendo os arquivos de InDesign e seus vínculos com ou sem interatividade.
Trata-se de um formato proprietário da Adobe, que deverá seguir os mesmos passos de seus primos mais antigos, como os formatos PostScript, PDF e Flash – todos se tornaram padrões em seus respectivos segmentos.
A versão atual do DPS, 1.9.1, permite uma serie de interações combinadas entre si, por exemplo: slideshow, imagem 360 graus, galeria de vídeos, áudio, texto e imagem em scroll, hyperlinks, botões e muito mais! Baixe o tutorial da dualpixel disponivel da Apple app store e Google Play.
Oficialmente o término dos trabalhos do W3C para o lançamento da especificação do HTML 5 está previsto para 2014, mas o mercado já está adotando largamente este novo padrão. O HTML 5 é suportado pelo DPS e pode ser utilizado tanto inserido na página do InDesign e/ou diretamente em uma seção do projeto. Sua potencialidade está no fato de permitir o uso de outras tecnologias e assim, expandir o portfolio de recursos interativos da publicação, como o uso de javascripts e CSS3.
Este formato é produzido a partir de um documento HTML 5 sendo “embarcado”, inserido dentro de um aplicativo produzido por ferramentas como o Phonegap ou Sencha. Devido à carência de plataformas e editores de HTML 5 melhor adaptados às necessidades dos designers, a produção editorial com web app ainda se apresenta como uma opção muito trabalhosa e exigindo razoável conhecimento de javascript, além de linguagem orientada ao objeto.
Contudo, é importante acompanhar a evolução deste processo, pois não tenho dúvida de que novas ferramentas irão surgir no mercado, flexibilizando a produção de conteúdo editorial para tablets.
App nativo ou aplicativo nativo é aquele produzido a partir da linguagem e/ou IDE – Integrated Development Environment própria da plataforma/Sistema Operacional. No caso da Apple é a utilização do Xcode. Pensando no mercado editorial, em especial nas publicações periódicas, a opção de app nativo está longe de se tornar viável, devido a curva de aprendizado e custos elevados de mão de obra deste processo.
Semelhante ao modelo adotado pela Amazon e seu leitor Kindle, hoje grande parte do valor de um tablet depende da quantidade e qualidade (e a Apple preza muito por ambos) dos apps disponíveis na plataforma do tablet. Não é por acaso que o iPad é referência no setor, pois possui uma tríade – quase, perfeita – Hardware, Software (iOS) e Apple app store.
Acredito que esse modelo de negócio fechado entre app store e tablet/smartphone ainda irá sofrer muitas mudanças, em especial com a entrada de outros players no mercado, como o Windows 8. É aguardar para ver.
Usuários da plataforma Adobe DPS, atualmente, só podem produzir conteúdo para tablets – Apple e Android. O suporte ao tablet PlayBook, da Blackberry, foi recentemente suspenso pela Adobe. Uma boa notícia é a possibilidade de visualizar o folio via iPhone e browser já no próximo release – 2.0.
Apps são baixados e/ou comprados através das app stores e visualizados apenas via tablets e smartphones com acesso as suas respectivas lojas. Neste ponto os eBooks são mais flexíveis que os apps, pois são visualizados em praticamente todos os tipos de aparelhos – mobiles, desktops e browsers.
Produzido com base nas informações colocadas neste artigo, o guia de publicação visa auxiliar a tomada de decisão do formato mais adequado para os principais tipos de publicação, avaliando, cada formato, em três níveis de recomendação. A escolha do formato da publicação digital é de total importância e irá definir outros aspectos fundamentais, como fluxo de produção, plataformas e distribuição.
Devido à variedade de elementos e características das publicações, você pode chegar a conclusões diferentes. A ideia é apresentar um quadro comparativo e orientativo e não há a intenção de esgotar o debate sobre o tema.
eBooks |
Apps |
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Formatos |
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ePub | Layout Fixo | iBooks Author | Folio | Web app App nativo |
Dispositivos | ||||||
Plataformas | Todas (1) | Todas (1) | Apple | Apple | Apple – Android | Todas (2) |
Publicações | ||||||
Livro em geral. texto / imagens |
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Livro técnico. Tabelas e fórmulas |
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Livro de fotografias. Viagem, culinária |
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Livro Infantil. Com interações (3) |
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Apostilas/Manuais Recursos básicos hyperlinks e video |
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Apostilas/Manuais Com interações (3) |
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Catálogos / Relatórios Recursos básicos hyperlinks e video | ||||||
Catálogos / Relatórios Com interações (3) |
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Revistas. Com interações (3) |
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Jornais. Com interações (3) |
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Publicações em geral sem interatividade. |
(1) PDF e ePub são lidos em todas as plataformas desde desktops até mobiles. Deixo a ressalva para a leitura de PDF em celulares, pois oferecem pouca ou nenhuma usabilidade devido a tamanho reduzido das telas.
(2) Web apps possuem maior liberdade de distribuição. Plataformas como Phonegap e Sencha podem produzir aplicativos para diferentes Sistemas Operacionais, como Apple, Android, Windows Phone, Blackberry, entre outros.
(3) Interações incluem vídeo, áudio, animação, slideshow, HTML5, javascript, panorama, 360, entre outros.
Recomendado – oferece a melhor combinação de recursos e distribuição do conteúdo. | |
Médio – pode até ser adotado, mas irá limitar a publicação em determinados aspectos. Por exemplo: em não utilizar a potencialidade de recursos do formato/plataforma; Produção por apenas um software; limita a um tipo de distribuição/plataforma; exige um fluxo de produção mais caro e demorado. Neste caso, uma análise mais detalhada é indicada, antes da decisão final. | |
Não recomendado – o formato não atende as necessidades mínimas da publicação; o custo x benefício da produção não compensa. |
O conteúdo é Rei. Note que conforme o tipo do conteúdo, layout e recurso interativo da publicação, a escolha do formato de arquivo é crucial para atender às necessidades do projeto. Outros elementos também são afetados por esta decisão, como o fluxo de produção, plataformas, softwares, mão-de-obra, distribuição e venda. Pouca coisa, não?
Este é o primeiro de uma série especial de 3 artigos que abordam o mercado de publicação digital, suas características, fluxos de trabalhos, formatos, recursos, entre outros itens.
No próximo irei descrever a plataforma Adobe Digital Publishing Suite com dicas especiais sobre publicação para tablets.