A tinta eletrônica (Electronic Ink ou eInk) foi a principal tecnologia responsável pelo sucesso dos eReaders e, consequentemente, dos livros digitais. O motivo de tanto sucesso é sua principal característica, que possibilita a exibição de imagens sem a necessidade de emitir luz.
As telas convencionais da maioria dos dispositivos eletrônicos atuais, como smartphones, tablets e monitores de vídeo funcionam à partir da emissão de luz. O LCD, uma das tecnologias mais comuns na construção de telas nos dias atuais, é composta por milhões de micro-leds que, juntos, formam a imagem. O problema é que o led nada mais é que um tipo de lâmpada (na verdade, um diodo emissor de luz) e por mais que possuam brilho de baixa intensidade, olhar para uma tela LCD por muito tempo termina por irritar os olhos.
Segundo o a empresa eink.com, o papel eletrônico é constituído por milhões de micro-cápsulas com o diâmetro de um fio de cabelo humano. Cada cápsula é positivamente carregada com partículas brancas e negativamente carregada com partículas pretas suspensas em um fluído claro. Quando um campo elétrico positivo ou negativo é aplicado, partículas de cor correspondentes movem-se para cima, tornando-se visíveis e assim formando as imagens em tela.
Enquanto o LCD emite luz, o eInk, assim como o próprio papel, reflete a luz do ambiente para formar as imagens.
O eInk consome energia para mover as partículas brancas e pretas. Contudo, não é necessário consumir eletricidade para manter as partículas na posição desejada. Em outras palavras, uma tela de eInk só consome energia durante a troca de contexto. Considerando um eReader, só será necessário gastar a tão preciosa carga da bateria durante as trocas de página. Sendo assim, tanto a Amazon quanto a Barnes & Noble afirmam que seus eReaders podem ficar até 2 meses sem precisar recarregar as baterias.
O problema do eInk é a sua baixa taxa de transição. Enquanto o LCD consegue taxas que vão além da percepção do olho humano, dando a ilusão de enxergar formas em movimentos, na verdade o que ocorre é uma sucessão de “fotos” sendo exibidas uma após a outra; o eInk não ainda não consegue funcionar a tão altas taxas de transição de maneira que seja possível enxergar cada mudança de contexto. Para utilização na leitura (caso dos eReaders) isto, definitivamente, não implica em problema algum. Porém esta limitação impede que o eInk seja utilizado para a exibição de vídeos e etc.
N. do E.: Entretanto, a tecnologia do papel eletrônico já está em grande avanço. Em outra nota postada aqui mostramos como em breve essas ótimas telas poderão passar vídeos e até exibir cores.
por Luis Vasquez, da Livrobook.