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Quando observamos o catálogo da Amazon, o catálogo das livrarias nacionais, vemos em grande parte livros de texto puro, com algumas imagens, tabelas e rodapés. Ainda é bem difícil encontrar os chamados Enhanced eBooks, embora sejam eles que ocupem os espaços na mídia.
Animações, interações, sons, vídeos. A evolução do livro seriam esses arquivos híbridos digitais cheios de melhorias, cheios de novas informações, coisas que nunca esperamos em folhas de papel, em livros impressos.
Mas será que é esse mesmo o futuro dos livros? Será que é isso o que o consumidor espera?
Andrew Rhomberg, do site Digital Book World, acha que não. Ele cita casos de startups de eBooks que faliram, ou se transformaram em outras coisas (como a Vook). Lembra que grandes editoras estão perdendo dinheiro com Enhanced eBooks.
Os leitores realmente utilizam as features de um eBook melhorado? Clicam nos vídeos, ativam sons? Há algum estudo que comprove isso? Talvez as crianças, mas e os livros para adultos?
E, principalmente: quando um livro é Enhanced, e quando ele é um aplicativo? Um jogo? Entendemos realmente esse meio?
Na minha opinião, é possível que livros digitais melhorados venham a ser adotados pelos leitores, mas não agora. Por enquanto, estamos ainda tentando convencer as pessoas de que um livro digital também proporciona uma ótima experiência de leitura, como os impressos. Quando já estiveram acostumados – leitores e editoras –, podemos dar o próximo passo.
Não sei, não. Podem me chamar de velho, mas a vantagem do livro seria você conseguir fazer as pessoas imaginarem o que não veem, exercitarem a imaginação. Vejo um bom uso para esses recursos melhorados nos jornais e revistas (semanais, não revistas em quadrinhos). Pode ser até que seja interessante um conteúdo que complemente sutilmente o livro, como as gravuras para os livros impressos, que ilustram a história, sem tirar muito a atenção do “core” do livro, sua parte escrita. Assim, uma animaçãozinha, sem muita profundidade, que não tome muito o tempo do leitor, até seria legal. Agora, vídeos ou animações complexas, na minha opinião de leitor e profissional da área de Letras, atrapalha a experiência do livro.