O boom dos eBooks no iPad começou de forma diferente. Com o lançamento do aplicativo do livro Alice no País das Maravilhas – lançado por uma pequena empresa, e não por uma grande editora –, tudo mudou. De repente, a interatividade de objetos passou a fazer parte das histórias, e abriu-se um novo mundo aos desenvolvedores e proprietários de tablet: histórias e livros não precisavam ser estáticos.
Ao preço de US$8,99, o aplicativo se tornou o favorito da Oprah e está instalado em mais de 500 mil iPads. O segredo, de acordo com o criador Chris Stevens, é o bom conteúdo, e não a tecnologia. Ele deu uma entrevista para o site The Toronto Review of Books, e nela afirma que as editoras não estão se preocupando em digitalizar corretamente seus livros.
“Estou desesperado para ver a indústria do livro produzir algum trabalho que me deixe impressionado, mas por enquanto há alguns clones de Alice e não muito mais do que isso. Eu posso ver exatamente porque isso está acontecendo. As principais editoras abdicaram completamente da responsabilidade de produzir as versões digitais de seus catálogos: é tudo entregue a amadores. Você vê isso em toda a indústria. Do horror de digitação da maioria dos eBooks, até os títulos medíocres para iPad sendo produzidos.” ele afirma.
A afirmação é forte. Isso porque praticamente todo mundo está correndo atrás de levar seus livros ao iPad. Existem até mesmo boas editoras especializadas nisso, como a Nosy Crow. Entretanto, ele não está muito errado. Apesar de os apps de histórias da Nosy Crow serem muito bonitos e diferentes. não há nenhum divisor de águas como o livro de Alice ainda.
Sobre os clones que ele cita, temos um bom exemplo no Brasil, onde a Editora Globo pagou uma fortuna para ver a obra Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, ser transformado em um app de iPad tão revolucionário quanto o da Alice, só quase um ano depois.
Com informações do eBookNewser.
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