Final de ano é época de fazer o balanço de 2011 e as previsões para 2012. Todo mundo vai fazer isso, mesmo que apenas dentro da própria cabeça. Dentre os vários artigos, vamos passar e comentar esse de Jeremy Greenfield, editor chefe do site Digital Book World.
1. Veremos mais best-sellers de autores independentes no próximo ano com um aumento exponencial no número de autores com milhões de vendas.
Em novembro de 2011, o Kindle Million Club – lista de autores que já venderam mais de 1 milhão de cópias pagas de seus livros na loja da Amazon – aumentou para 14 com a adição de David Baldacci, Amanda Hocking e Stephenie Meyer.
“Isso pode ter sérias implicações para editoras tradicionais”, disse o Dr. Windsor Holden, diretor de pesquisa da Juniper Research e um dos autores do relatório recente da Juniper sobre o futuro da indústria editorial. “Ao facilitar a publicação, a Amazon, Barnes & Noble e outras podem a minar a posição do editor na cadeia de valor da mesma maneira da Apple corroeu o papel das operadoras quando lançou a App Store.”
Meu palpite: Com certeza, pelo menos nos Estados Unidos, e talvez Reino Unido e Canadá. Mas aqui no Brasil, muito difícil algum autor independente alcançar algum sucesso em 2012.
2. Grandes editoras vão passar por importantes reestruturações, criando novos cargos e levando a demissões de todas as formas e tamanhos.
Pessoas que trabalham na publicação terão papéis diferentes, novas posições ou vão achar que estão fora d trabalho por completo. Algumas das mudanças podem incluir a contratação de marketeiros e desenvolvedores de softwares, eBooks e aplicativos, e emagrecer departamentos de vendas e com menos editores de aquisição, de acordo com Mike Shatzkin, especialista da indústria do livro.
“As vendas de impressos estão seguindo para o declínio e as vendas de eBooks irão aumentar, e isso vai resultar em mudanças organizacionais”, disse Shatzkin.
Meu palpite: Mais uma vez, isso é bem certo nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, será útil para que editoras vejam o que está acontecendo no exterior e já se preparem com antecedência. Funcionários, editores e designers possuem um pequeno tempo para se atualizarem e estarem prontos para essa onda, quando ela chegar com força por aqui.
3. A Amazon vai lançar um tablet maior, com tela de 8,9 polegadas e com preço fixo de US$299 ou menos.
Os tablets de sete polegadas, Kindle Fire, queimaram as tabelas de vendas, e mais de 1 milhão por semana estão sendo vendidos, de acordo com a Amazon. No entanto, têm sido reportados alguns desapontamentos dos usuários com o produto, em grande parte em torno de uma tela demasiada pequena.
“Se você olhar para as críticas que vieram sobre o tablet, houve uma quantidade significativa de usuários que sentem que o dispositivo é muito pequeno para fazer tudo o que eles querem fazer”, disse Rhoda Alexander, gerente sênior de tablet e monitor de pesquisa da iSuppli IHS.
Meu palpite: Acho difícil. Primeiro, porque o Fire faz sucesso justamente por seu tamanho pequeno e preço menor. Não creio que a Amazon irá apostar fichas em um tablet maior, assim como não concordo com o próximo item.
4. Apple vai sair com um menor iPad a um preço reduzido.
A Apple pode responder ao Fire com um tablet de menor preço e sete polegadas, que conseguiram seu espaço no mercado perto do final de 2012 (Kindle Fire, nook Tablet Nook e o Kobo Vox Kobo, por exemplo). Um novo relatório da iSuppli IHS sugere: “A Apple pode reduzir o preço do iPad 2 quando a empresa apresentar o iPad 3… da mesma forma que a empresa continuou a oferecer o iPhone 3 quando lançou o iPhone 4”, disse o relatório.
“Isso vai reduzir ainda mais a variação de preço entre os produtos existentes da Apple e os tablets de leitura no mercado hoje”, disse Balis.
Meu palpite: Tim Cook é um CEO diferente de Steve Jobs, mas este deixou muita coisa pronta antes de morrer. E uma tablet menor do que o iPad não esté entre elas. Não faz sentido, pois o iPhone também não cedeu ao mercado Android diversificando seus tamanhos e processamentos.
5. A Sony terá uma segunda chance no jogo de eReaders quando o site Pottermore for lançado.
Em junho o site Pottermore apareceu na Web, como se conjurada por magos da Bloomsbury Publishing, a editora com sede em Londres que detém os direitos da série de sucesso Harry Potter. Realmente, o site foi “conjurado” pela Sony, parceira de tecnologia da Bloomsbury no projeto.
Os livros de Potter supostamente devem vir pré-carregados para a próxima geração de eReaders da Sony e pode até ser exclusivo para o leitor por um curto período de tempo após o lançamento do site, de acordo com fontes não identificadas da Sony.
“Eles têm rumores de três meses exclusivos, algo do tipo”, disse Thad McIlroy, analista baseado em Vancouver que dirige o site TheFutureofPublishing.com. “Se fossem apenas três dias, seria o suficiente para sete zilhões de fãs loucos por Harry Potter comprarem o dispositivo.”
Meu palpite: Será mesmo que os eBooks de Harry Potter farão tanto sucesso assim? Quem ainda não leu todos os livros da série? O site Pottermore não para de ter sua estreia adiada, não chegará nem para o Natal. Talvez isso ajude a empurrar as vendas dos leitores da Sony, mas não acho que eles entrem com tanta alegria assim no mercado novamente. Além do mais, com esses tablets de 7 polegadas, porque comprar um eReader com Harry Potter, ao invés de edições enhanced como é de praxe?
Acompanhe amanhã o final do artigo, pois esse já ficou muito comprido e poucas pessoas têm paciência para ler tanta coisa de uma só vez na internet.
Concordo com os comentários. O mercado anglo-americano está muito a frente do resto do mundo. As reestruturações irão acontecer, porém, num futuro ainda distante para nós.
Já os best-sellers independentes não me preocupam tanto. Oque me preocupa são os best-sellers que se TORNAM independentes. Imagine que a editora tenha investido pesado em um autor e que ele tenha feito sucesso. Ele não teria conseguido sem o suporte da editora (marketing, distribuição e etc). Porém, uma vez conquistada essa fama, ele poderia publicar independente na Amazon e ainda assim ter seu livro achado, afinal, o leitor já saberia oque procurar.
Casos assim já estão começando a aparecer no Publishing Perspectives.