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O digital nos torna melhores?

02/04/2013
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O Revolução eBook entrou na brincadeira do primeiro de abril e publicou, ontem, 4 textos com notícias claramente falsas, mas com títulos que até passariam por reais, numa leitura distraída. A intenção foi relaxarmos um pouco e dar boas gargalhadas, sem perder o espírito crítico, uma vez que nas “notícias” estavam embutidas algumas ironias e ridicularizações de coisas que realmente acontecem no mercado de eBooks.

Teve quem deu boas gargalhadas e até chegou a nos telefonar para rirmos juntos. Teve quem simplesmente classificou como “patifaria”, e ainda, outros que reproduziram as “notícias” sem conferir a autenticidade. Parece, porém, que poucos notaram as críticas presentes em cada artigo, e bem poucos leram com atenção os artigos que estavam repletos de indicações de que se tratava de um brincadeira, a começar com os nomes das pessoas, que usaram autores e personagens de livros, ou das situações francamente ridículas – como Paulo Coelho processar a si próprio.

Isto me fez pensar uma coisa: será que o digital, a leitura no formato digital, ajuda o nosso espirito critico? Em qual medida conseguimos refletir sobre o que lemos? Conseguimos avaliar, mesmo que rapidamente, as ideias que nos estão sendo propostas? Pelo que vejo temos duas situações: quem engole tudo como se tudo fosse verdade e quem simplesmente ignora tudo porque já tem um partido, a sua própria crença e não quer nem saber do que se está falando. Entre estes dois extremos estão aquelas pessoas que refletem, escutam as opiniões e buscam formar a própria ideia. Acredito fortemente que a auto-ironia seja uma arma poderosa contra o perigo de tornarmos tudo uma questão de “religião”. Auto-ironia aumenta o espírito crítico e elimina o perigo da ditadura das opiniões preconceituosas.

Não é simples, eu sei, estar neste grupo do meio. Somos continuamente bombardeados por noticias a toda hora, muitas vezes contraditórias. A nossa realidade quotidiana tronou-se complexa e difícil de avaliarmos. Ainda assim, vale a pena roubarmos o tempo de outros compromissos para nos dedicarmos a pequenos e breves momentos de reflexão, que nos ajudem a sintetizar e avaliar as noticias recebidas.

Este elemento de reflexão torna-se critico, quando falamos de leitura digital para crianças. O uso do digital (em sentido amplo) na educação vai realmente ajudar nossas crianças a serem pessoas autônomas e “pensantes”, ou vamos ser simplesmente “lobotomizados”?

Este ano, o 4º Congresso do Livro Digital está dedicando um amplo espaço ao tema do livro digital na educação. Espero que possamos enfrentar também este aspecto. Para quem quiser aprofundar um pouco este tema, recomendo a leitura deste ótimo artigo, Are We Losing Our Ability to Think Critically?. Também no formato PDF a ser baixado aqui.

 

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  1. ‘Teve quem simplesmente classificou como “patifaria”, e ainda, outros que reproduziram as “notícias” sem conferir a autenticidade’

    Não acredito nisso, hahahaha

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