As editoras estão vencendo a guerra quixotesca contra seus próprios ebooks, visto que as vendas de ebooks caíram entre 11% e 13% no último ano – o número varia conforme a fonte escolhida. Segundo dados da Nielsen, a queda foi de 13% em 2015, comparado com 2014. Como resultado disso, a participação de mercado dos ebooks publicados por editoras, caiu de 27% para 24%. No caso das 5 maiores editoras norte-americanas (comumente apelidadas como “Big 5”), a participação dos ebooks nas vendas caiu de 38% para 34% no período analisado.
Foram vendidas 204 milhões de unidades, contra 234 milhões em 2014. As vendas de livros impressos, por outro lado, aumentaram 2,8%, para 653 milhões de unidades.
Os ebooks tendem a ser mais lucrativos para editoras, visto que alguns custos de distribuição e criação são reduzidos. Nos EUA, porém, as editoras exercem um forte controle sobre os ebooks, como forma de frear a crescente influência da Amazon no mercado. Em termos de faturamento, segundo a revista Fortune, o faturamento com ebooks em 2015 foi de US$ 2.8 bilhões – uma queda de 11% com relação a 2014. O market-share total dos ebooks em 2015 seria de apenas 17%, contra 19% em 2014 e 21% em 2013.
Fontes: Publishers Weekly, Fortune e Author Earnings Report
Se por um lado as vendas digitais das editoras caem, o mesmo não pode ser dito das vendas “indie” (independentes), os ebooks auto-publicados por autores. A publicação independente é um fenômeno mundial, através de serviços como Amazon KDP (Kindle Direct Publishing), Smashwords e outros. A publicação digital, sendo mais simples e barata, é um dos pilares deste fenômeno — qualquer autor pode publicar seu original por conta própria, diretamente. Fenômenos recentes da literatura, tendo a série “50 tons de cinza” à frente, surgiram inicialmente por esta forma de publicação.
De acordo com dados do site Author Earnings, de 2014 até o presente as vendas de ebooks por autores independentes vêem crescem vertiginosamente, tanto em faturamento quanto em unidades vendidas, compensando (ou até mais do que compensando), o decréscimo nas vendas digitais das editoras.
Em dois anos, segundo a Author Earnings, a participação das editoras, grandes e pequenas, nas vendas de ebooks, caiu de quase 60% para menos de 40% (gráfico acima). Na direção oposta, as vendas de ebooks por autores disparou. Em 10 de janeiro de 2016, este era o cenário dos ebooks mais vendidos na Amazon, principal vendedora do mercado norte-americano:
Entre comentaristas e consultores do mercado editorial americano, há uma opinião comum de que a queda na participação das editoras se deve, justamente, ao maior controle que elas passaram a exercer sobre os preços dos ebooks, nos últimos anos. Após a derrota da Apple no processo movido pelo governo dos EUA, contra as práticas comerciais adotadas para ebooks, as editoras tomaram para si o controle dos preços de venda e impuseram (inclusive à Amazon) valores acima de US$ 12,00 para os ebooks. A Amazon, do lançamento do Kindle até meados de 2012, oferecia best-sellers e lançamentos por US$ 9,99.
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