Parece que não é só aqui no Brasil que as coisas são sobretaxadas. Uma reportagem do The New York Times mostra o quanto os impostos podem atrapalhar o mercado de livros digitais na Europa.
Por causa do lobby, livros impressos possuem taxas que vão de 5,5% a 6%. Porém, os livros digitais não são vistos como bem cultural, e sim como serviço. Dessa forma, estão sendo taxados com o máximo de imposto, que pode chegar a 25%. Na Espanha a taxa é de 18%, com 20% na Itália.
Carlos Pinheiro, do site Ler ebooks afirma que em Portugal as taxas são de 23%. “Em 17 de novembro, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução não vinculativa sobre a redução das taxas nos ebooks, mas na atual conjuntura de crise, em que uma parte das receitas dos diferentes Estados é obtida com o IVA, não é provável que esta resolução se torne lei.”, disse Pinheiro.
Em diversos países já houveram tentativas de diminuir esse imposto. Na Espanha já tentou-se sem sucesso os 4% de impostos, enquanto que a França deve tentar os 5,5% em janeiro.
Mas, mesmo com tantos problemas, as vendas de livros digitais estão crescendo na Europa. A Federação Europeia de Editores, um grupo da indústria com sede em Bruxelas, estima que as vendas de eBooks aumentaram em 20%, representando um valor de US$462 milhões, em 2010.
Aqui no Brasil existem trâmites correndo no Senado e na Câmara para definir e baixar taxas de impostos de eBooks e também dos dispositivos para leitura, como Tablets e eReaders. Nada foi decidido ainda.
Com informações do The New York Times, Ler ebooks e eBookNewser.
A Europa adota essas medidas, porque sabe o mal que o livro digital traz para a economia no médio-longo prazo. Esse prognóstico, é reaqlizado com base na economia dos EUA, onde os eBooks estão crescendo em vendas mais rapidamente. Um dos fatores que afetam negativamente a economia, é o impacto nas livrarias (especialmente nas pequenas), subtraindo empregos.
Outro fator que pode estar pesando em uma taxação maior do que a aplicada ao impresso, é que os livros em formato eletrônico só são comercializados para best-sellers, justificando um taxação menor para livros destinados à educação, por exemplo.
Não creio que seja com base na economia dos EUA. Eles estão enfrentando uma crise, e quando em crise, você passa a gastar apenas com o que e indispensável. Livros não são prioridade para quase ninguém. Se os livros digitais estão crescendo apesar da crise, isso pode mostrar que eles estão salvando, e não acabando com os livros.
A taxação europeia me parece mais medo do que algo realmente racional…