Um grupo de trabalho no IDPF fez uma análise do impacto das soluções atuais de DRM e verificou o que nós já sabíamos, ou seja, DRM cria mais problemas, do que resolve. O extenso relatório traz uma análise realista sobre a viabilidade das soluções de DRM atuais, e seus impactos negativos no desenvolvimento do mercado de ebooks. Um trecho:
A maioria das grandes editoras segue exigindo DRM em seus acordos de distribuição de eBooks, e os varejistas utilizaram o DRM para promover o “lock-in” em suas plataformas. A falta de um padrão DRM levou à fragmentação do mercado, em que diferentes varejistas usam sistemas incompatíveis entre si, vinculados a certos dispositivos de leitura de eBooks ou aplicativos.
Enquanto isso, as atitudes com relação ao DRM mudaram recentemente, com o rápido aumento de popularidade e leitura atraindo mais atenção para o caso. Há um reconhecimento crescente entre os editores que o DRM tem aspectos que atuam contra os seus interesses, incluindo a sua falta de facilidade de uso e distribuidores de eBook que usam a tecnologia para “trancar” os consumidores. Certos segmentos da indústria editorial estão começando a concluir que poderiam estar melhor sem o DRM, enquanto outros insistem em manter ou até mesmo reforçá-lo.
A principal conclusão foi a necessidade de ser desenvolvido um sistema de proteção dentro do ePub, nativo, que seja mais simples para o usuário e ofereça mais opções às editora. Partindo dessa análise, o relatório propõe perseguir um meio-termo, que seria uma proteção mais leve (um standard lightweight DRM) para o ePub:
- Um método padrão de proteção de conteúdo eBook que se torne amplamente adotado aumentaria a interoperabilidade, melhoraria algumas das limitações de facilidade de uso em DRMs atuais, e poderia promover uma adoção mais ampla de leitura digital.
- Como explicado abaixo, é possível definir um DRM que facilite outras restrições de utilização, como um nível razoável de compartilhamento.
- O DRM é mais amplamente aceito como útil em modelos de negócios não-varejistas, como empréstimos de bibliotecas; seria útil ter um padrão DRM para usar nestes cenários, pelas razões expostas no item 1 acima.
- A criptografia leve similar à usada no PDF (que não é necessariamente considerada “DRM”) permitirá aos autores de conteúdo a capacidade de proteger o conteúdo EPUB contra utilizações não autorizadas, facilitando a transição de PDF para EPUB em alguns cenários empresariais de distribuição de documentos [easing the transition from PDF to EPUB in some ad hoc / enterprise document distribution scenarios].
Portanto, se você tem sugestões de recursos que sejam importantes na sua opinião, e não tenham sido relacionados no relatório, apresente suas sugestões para o IDPF até dia 08/06, enviando mensagem para o email membership arroba idpf.org.
O DRM menos seguro era usado pela Sony em seu antigo formato proprietário, mas era ridiculamente fácil de quebrar e piratear. Foi por isso que ele foi abandonado. Por outro lado, editores, como Tim O’Reilly, que não colocam DRM em seus ebooks e os oferece em todos os formatos possíveis, dizem que não sofreram qualquer prejuízo pela falta de DRM. Ao contrário, dizem que as vendas aumentaram.