O Japão, um dos maiores mercados de tecnologia do mundo, ainda não é um dos países que mais adota o livro digital. Lá, os eBooks não são tão populares como deveriam ser, e isso tem uma história. A terra do sol nascente adotava um ambiente isolado de publicação, utilizando um formato proprietário para seus livros digitais.
A Sharp, na tentativa de manter esse mercado isolado, saiu com uma linha de eReaders coloridos de nome Galapagos, que adotava o formato XMDF, utilizado apenas no Japão. O motivo não é totalmente egoísta: esse formato suportava os caracteres japoneses para leitura, coisa que formatos populares como o ePub 2 não faziam.
Esse formato foi desenvolvido pela própria Sharp, e abrigava com conforto também os quadrinhos japoneses, os famosos mangás. O desenvolvimento e a promoção desse formato foram largamente suportados pelo governo japonês. Agora, no último dia 15 de setembro, a Shaso anunciou o fim da produção da linha das tablets de leitura Galapagos. Era esperado que suas vendas logo atingissem um milhão de unidades, mas mal chegaram a 30 mil no primeiro mês.
Além do formato, a linha de aparelhos era cara, o nome era estranho e a usabilidade nem se comparava ao iPad, aparelho muito popular também no Japão. O número de obras disponíveis nesse formato, já que o país era o único a adotá-lo, também era pequeno.
Todos esses fatores levaram a uma expectativa para o mercado japonês. Com a chegada do ePub 3, o país poderá passar a adotar esse padrão, já que ele suporta caracteres estrangeiros. Pode ser o início da explosão do mercado por lá, uma vez que obras de todo o mundo estarão disponíveis.
Com informações do Publishing Perspectives.