Aqui está uma boa ideia. Procurar pelos artigos do seu colunista favorito, mesmo que no jornal online, não é fácil. Pesquisar sobre uma série de reportagens sobre um evento importante também é complicado. E que tal se esse conteúdo bom fosse reunido em uma publicação?
É isso que investiga um artigo no site Journalism.co.uk, apresentando essa manobra como um bom negócio para revistas e jornais. Para esses dois meios, ainda é complicado encontrar formas de ganhar com o que produzem, conteúdo. Isso porque hoje encontramos informação de graça na internet, além de também nós produzirmos nossa notícia.
La Vanguardia, um jornal catalão, lançou nada menos que cem títulos de eBook desde novembro. Enquanto a maioria destes livros são short stories de ficção, o jornal espanhol também lançou seis títulos mais longos. Os preços variam de gratuito a 5,99 euros.
“Estamos constantemente à procura de novas fontes de receita”, diz Ismael Nafría, diretor do La Vanguardia para conteúdos digitais, “e também novas maneiras de oferecer conteúdo de qualidade interessante para nossos usuários.”
A ficção faz com que editoras de jornais atuem como editoras de livros, mas há também as compilações jornalísticas. O tradicional The Guardian lançou How the Guardian Broke the Story em agosto de 2011 e já tem mais 20 eBooks publicados.
A estratégia do The Guardian se apoia em três principais fatores: seus arquivos de conteúdo que podem ser readaptados para a era digital, a sua abordagem digital de primeira – o que significa que pode lançar livros que são tópicos para a agenda de notícias atuais –, e sua capacidade de alcance instantâneo, uma vez que o site guardian.co.uk possui 3,5 milhões de leitores únicos diários.
As revistas também perceberam esse novo filão trazido pelos digitais. A Cosmopolitan, por exemplo, já lançou diversos eBooks cujo alvo são suas próprias leitoras, com títulos como Sex Confessions, Sex Fantasies e Perfect Pasta.
Emma Dally, diretora do grupo Hearst de livros (detentora da Cosmopolitan), diz: “Estas são nossas edições digitais de livros impressos antigos – títulos humorísticos sobre sexo e relacionamentos, além de livros de receitas.” Significativamente, “as vendas estão estáveis” nestas obras.
Quando será que esse tipo de publicação vai pegar no Brasil, uma vez que muitos jornais já estão com edições online?