Dennis Johnson, co-fundador da Melville House, não acha que a Amazon esteja acabando com as livrarias, e afirma que a Borders só faliu por problemas de gerência, e não por causa dos eBooks.
Segundo o post que escreveu no blog da editora, a Amazon não está forçando o eBook nas pessoas porque essa seja a melhor forma de se ler uma história, ou por ser o melhor meio, e sim porque é um produto mais barato e mais fácil de ser distribuído. O mesmo motivo pelo qual, segundo ele, as livrarias da Barnes & Noble agora ocupam suas prateleiras com chocolates, e não livros.
Ele explica o problema da Borders:
O desaparecimento da Borders foi tratado como uma história de tendência, a tendência de que os eBooks são mais frios do que livros impressos e as pessoas foram perdendo o interesse em livros impressos, em vez de uma fato de negócio, onde a Borders foi simplesmente mal gerida e todos os sinais não eram realmente que as pessoas não querem mais livros impressos, mas simplesmente que as corporações gigantes não queriam mais vendê-los.
Há a citação de um artigo no The New York Times, mostrando o resultado de um estudo que afirma que a prática conhecida entre os livreiros como showrooming é uma realidade. De acordo com a pesquisa, realizada em outubro pelo Grupo Codex, 24% das pessoas que disseram ter comprado livros de um varejista online no último mês também disseram ter visto o livro em uma livraria física em primeiro lugar. Trinta e nove por cento das pessoas que compraram livros da Amazon, no mesmo período, disseram ter olhado para o livro em uma livraria antes de comprá-lo da Amazon, segundo a pesquisa.
Johnson explica que o relatório pega apenas a parte “sexy” da história – A Amazon está matando as livrarias físicas – e deixa de lado a afirmação mais incrível: para 39% dos entrevistados da Amazon, a livraria ainda é uma parte crucial de sua experiência de compra de livro.
São pessoas que adicionam à simplicidade da compra com um clique da Amazon uma atividade dispendiosa e demorada como frequentar uma livraria, para conferir outros títulos, para passear ou ainda perguntar informações. Talvez porque o “Look Inside the Book” simplesmente não é o mesmo que folhear um livro real.