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As Livrarias e os eBooks


Editoras já veem seu caminho junto aos eBooks. Autores independentes descobriram novas fontes de renda e divulgação. Gráficas arrancam os cabelos. Mas e as livrarias no meio de tudo isso, olhando para todos com uma cara de “e eu”?

As lojas online funcionam bem, estocadas por distribuidoras que já estão faturando muito na história. Mas as lojas brick-and-mortar (tijolo e cimento, como dizem os americanos) estão um pouco perdidas. É certo que os livros impressos ainda venderão bem por mais alguns anos, mas quem não se adapta aos novos rumos, não tem lugar no futuro. E por isso, elas precisam encontrar seu lugar.

A livraria multiuso

A Saraiva e a Fnac já entenderam o recado. A Cultura caminha para isso. Aqui no Brasil, a Saraiva é a maior revendedora de produtos Apple. Vende tablets, macs e iPods, junto com DVDs, CDs e muitos outros tipos de produtos, sobrevivendo de várias categorias complementando o todo. Não que aqui tenhamos problemas com quedas de vendas de livros impressos, mas aqui simplesmente não se compra muito livro.

A livraria como hub cultural

A livraria atualmente já atua como um local onde você pode encontrar livros, filmes, músicas e muito mais relacionado à cultura. Porque não elevar esse patamar e trazer os autores às livrarias. Ao invés de deixar esse contato exclusivo ao Facebook ou Twitter, porque não permitir que os leitores conheçam ao vivo um autor?

Saraus, declamações de poesia, palestras sobre algum autor já morto ou então uma oportunidade para que autores independentes divulguem seu trabalho? Exposições, cursos e toda uma gama de acontecimentos podem ser levados para dentro de uma livraria, tornando um lugar onde as pessoas queiram ir não apenas para comprar livros, mas também para beber da cultura em sua raiz. Um café aconchegante também pode permitir que as pessoas desfrutem de uma leitura em paz.

A livraria como concierge

Uma solução que vem sendo adotada nos Estados Unidos é essa. As pessoas que compram o nook ao invés do Kindle geralmente o fazem porque a Barnes & Noble oferece ao cliente um serviço de atendimento aos proprietários de eReaders e tablet da marca. Clientes que compram esses aparelhos nem sempre sabem como manuseá-los, e nem sempre têm alguém na família que o ajude. a quem recorrer?

Um artigo no Good E-Reader fala a respeito disso, focando nas livrarias indies. Eles oferecem o serviço de ajuda com aparelhos eletrônicos e eBooks como uma forma de trazer pessoas ao local. Possuem funcionários treinados para lidar com qualquer eReader, e ajudam clientes a comprar eBooks em sua loja virtual. Assim, fidelizam e estreitam relações com o cliente. Em um mundo em que falamos com gravações e chats online, uma pessoa de carne e osso te ajudar, com paciência para explicar tudo o que você precisa saber, é um enorme diferencial.

“Tivemos inúmeras visitas à loja e também respondemos muitas perguntas através de nosso email,” explica Elizabeth Jordan, da livraria indie BookPeople ao site. “Os clientes estão ansiosos para ter uma fonte que responda a suas perguntas. E nós temos percebido o quanto é importante para os nossos clientes manter seus negócios com a gente mesmo quando eles migram para um dispositivo de leitura digital. ”

 

No final, é possível a uma livraria abraçar todas essas funções. Um local de cultura, com cunho comercial, e não do governo. Podem ser promovidos pequenos shows – como a Fnac já faz –, leituras, entrevistas e conversas com autores, peças, atividades para crianças, palestras, e tudo pode ser relacionado a produtos vendidos no local.

 

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