Tudo indica que os ereaders caminham para se tornar um produto de nicho, dedicado a um grupo específico de consumidores. Evidentemente, os ereaders não irão desaparecer, do dia para a noite. Do ponto de vista do mercado, porém, isso é a “morte” da tecnologia, porque implica menos investimentos, menos volume, até que ela chegue a um beco sem saída.
Dados da iSupply reforçam o que já se comentava: a produção de ereaders está em queda livre, com os ereaders Kindle e Nook, os principais modelos em volume de vendas, puxando a queda.
O primeiro Sony Reader, em 2006, e o Kindle, em fins de 2007, inaguraram o setor de ereaders baseados na tela e-ink. De lá para cá, no curto espaço de 5 anos, estes aparelhos conheceram uma rápida ascenção, um pico de produção, e agora experimentam uma brusca queda. A efemeridade do processo impressiona os especialistas do setor de tecnologia. A iSuplly comenta o seguinte a respeito disso:
Virtualmente nunca se ouviu falar nisso, mesmo no notoriamente curto ciclo de vida de produtos que habitam o volátil espaço da tecnologia para consumidores [tradução livre].
O gráfico abaixo mostra a velocidade da queda. em 2013, o volume de entregas de ereaders voltará para quase o mesmo nível de 2010, segundo a previsão.
Fonte: Business Insider.
Não se poderia esperar que simplesmente a criação de um novo dispositivo de leitura fosse aumentar o nicho econômico de leitores de livro. Pode até ter um um ligeiro impacto por razões diversas, mas não criará jamais por si só uma massa de consumidores. Poucas pessoas tem na leitura uma parte natural e necessária da vida.
Além disso, as pessoas que querem um dispositivo eletrônico de leitura não vão comprar um leitor novo a cada seis meses. Os leitores digitais dizem respeito unicamente ao mercado livreiro.
Esse boom foi inicial e por conta da novidade da coisa, agora haverá estabilização. Mas realmente será uma pena se deixar de existir um mínimo de investimento. O kindle DX, um dispositivo maior, já rodou por falta de procura.
Certo… e esses são os mesmos caras que em 2010 fizeram a previsão de venda de ereaders para 2011/2012/2013 e 2014 com os seguintes números:
2011 -16 milhões
2012 – 21,5 milhões
2013 – 26 milhões
2014 – 30 milhões
Eles erraram em 2010, e provavelmente estão errando novamente. O chart do mesmo iSuppli que contém esses números pode ser visto no seguinte link: http://www.statista.com/statistics/184476/sales-of-electronic-readers-worldwide-by-2014/
Há de se levar também em consideração que este ano de 2012 ainda não acabou, e que amazon e Kobo estão entrando em outros mercados ao redor do mundo, inclusive no Brasil. O eReader está longe de morrer.
Acredito que exista um certo prazer em dizer que as coisas vão morrer, mas o fato é que enquanto houver lançamentos anuais e leitores interessados em dispositivos melhores para lerem seus livros, haverá e-readers. A tendência é e-ink estar em toda parte, como é possível ver no canal do youtube da empresa e-ink, que faz as telas. Eles podem inclusive misturar outras telas com e-ink, e ter um dispositivo apenas para ler é bom e vende sim.
Claro que depois de um tempo vai se ter uma redução neste aumento no número de vendas, mas qualquer leitor que se preze percebe que um tablet (eu tenho um) é pior pra ler do que um e-reader (tenho um kindle), mais pesado, sua bateria dura menos, é um espelho, etc, etc.
Por fim, obrigado afrânio pela informação, abraço!
Pode até ter uma certa verdade, os tablets tem crescido muito e muita gente tem preferido usá-lo do que um e-reader, devido ao seu multi-uso. O E-reader é específico para leitura e é uma tecnologia simples, que não vejo muito aonde evoluir além de pequenos detalhes como tela em cores, interatividade com web e uma ou duas coisas a mais.
Diferente dos tablets que permitem criar diversos aplicativos e multiplas funcionalidades, faz dele um canivete suíço, enquanto e-readers, na mesma analogia, podemos chamar de apenas uma faca.