“O modelo mental compartilhado por nós, desta coisa que chamamos de mercado editorial, não é mais útil. A maioria de nós pensa que o mercado editorial produz ‘livros’. Livros impressos nunca foram o verdadeiro produto do mercado editorial. Sempre foram as histórias, ideias, e as informações contidas nos livros.
Agora que há competição com ‘recipientes’ digitais, é obrigatório olharmos com franqueza para os diferentes mercados, que estavam escondidos de nossa vista, pelo modelo de um único mercado editorial.”
Assim começa o argumento de John Cavnar-Johnson, publicado alguns dias atrás no Digital Book World. Ele argumenta que não existe um mercado editorial único, uniforme, vivendo uma transição coesa para os vários formatos digitais. Seriam, isto sim, quatro mercados diferentes, experimentando transições em ritmos e condições diferentes. Os quatro mercados seriam banco de dados (dicionários, enciclopédias); narrativas (ficção e uma fatia considerável da não-ficção); conhecimento (didáticos); e ilustração.
Ele vê, por exemplo, que o primeiro mercado que começou a desaparecer do mundo impresso foi o dos bancos de dados, cujas edições populares e produtos especializados migraram para a internet, pelas vantagens técnicas do mundo digital. Vê o mercado de narrativas migrando velozmente para o digital, enquanto o mercado de conhecimento e ilustração seguem ritmos muito mais lentos.
Qualquer modelo tem suas falhas, como o autor reconhece, mas a descrição feita por ele está bastante correta e pode ser constatada em vários lugares, seja nos EUA, no Brasil ou em outros países.
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Fonte: Digital Book World.