Uma pessoa lê o livro no smartphone. Quando termina, o eBook é compartilhado com os contatos nas redes sociais, enquanto o original é deletado do primeiro aparelho. Quem acessar o livro recomendado, é claro, terá de comprá-lo se quiser ler, e então o ciclo viral se reinicia. Esse é o modelo de distribuição proposto pela Evanidus, uma empresa britânica de tecnologia móvel.
O aplicativo responsável pela ‘mágica’ – que, a propósito, é patenteado – é o Boosh, e foi apresentado nesta quinta-feira (7) durante uma conferência de editores independentes. O app para smartphones deve ser lançado no mercado entre junho e agosto.
A lógica é a mesma da ReDigi e, possivelmente, da Amazon: distribuição de eBooks ‘usados’, só que com um modelo diferente. De acordo com a Evanidus, a editora tem total controle sobre a “viralização”, definindo quantas cópias serão distribuídas nesse ciclo. O maior trunfo seria atingir mais leitores em potencial para novos livros e autores, tornando-os mais conhecidos rapidamente.
Na teoria é uma boa ideia, e o investimento feito pela editora tem potencial de retorno, desde que o livro seja realmente bom. Do contrário, o efeito pode ser revertido: os leitores podem recomendar que os seus contatos não comprem o livro, escrever reviews desfavoráveis e estrangular a estratégia. Além disso, esse modelo cria alvos fáceis para a pirataria – não se sabe até que ponto o sistema desenvolvido pela empresa é seguro. É impossível controlar a viralização.
Em entrevista ao The Bookseller, Steve Kennedy, CEO da Evanidus, afirma que:
“O Boosh é direcionado aos usuários das mídias sociais mais comuns, não apenas os leitores em geral, e permite aos seus amigos compartilhar suas paixões em um ambiente que é imediata e completamente apropriado ao seus estilos de vida. É como deixar seus amigos provarem seu vinho favorito, em vez de apenas dizer onde eles podem comprá-lo”.
Nada foi divulgado a respeito de valores. Provavelmente, o aplicativo será gratuito, servindo apenas como base para a leitura e distribuição dos eBooks – uma vez que a venda do app não estaria no core business, e só serviria para retardar a adoção. O preço médio dos livros também não foi revelado.
Na sua opinião, esse modelo pode se consolidar no inconstante e promissor mercado de livros digitais? Deixe seu comentário abaixo.
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Como trabalhador da área de TI, acho ridícula a idéia de tentatr restringir a cópia de um arquivo digital. O ebook nada mais é que isso: um arquivo e por sinal, de tamanho ínfimo! A Apple tenta fazer isso com o processo de compra de música e filmes mas vamos combinar que a maioria sabe copiar/enviar esses arquivos para quem quiser. Restringir e punir o consumidor foi a escolha óbvia com a revolução do mp3 e pelo visto querem repetir o error nos ebooks. Preços acessíveis que coibam a pirataria é a única saída, não sendo necessário o empréstimo ou o maldito DRM.