Os e-books caminham a passsos de tartaruga no Brasil (via Radar online)

08/08/2014
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A coluna Radar online (revista Veja) se queixa que os ebooks ainda faturam pouco, aqui no Brasil. O que você acha?

Os e-books são tidos como o futuro do livro. Mas, a julgar pelos resultados aqui no Brasil, é um futuro muito distante. Na Intrínseca, por exemplo, uma das maiores editoras do Brasil, os livros digitais respondem por magros 2% do faturamento da empresa.

 

  1. A maioria dos usuários de aparelhos eletrônicos, mal sabe ir além dos sites de relacionamento e das redes sociais. Baixar um aplicativo para ler um livro, é uma tarefa irrealizável para grande parte dos poucos que se interessam pela leitura.
    Agora, com essa notícia sobre o IBA, é que haverá ainda maior retração no mercado do livro eletrônico.

    1. Carlos,
      INFELIZMENTE, você tem toda a razão. Eu sou um amador na edição de eBOOKs. Não sou escritor profissional nem editor, apenas um usuário interessado em melhorar um pouquinho a aparência dos livros que eu coloco no meu Kindle Touch. O Ebook é, sem dúvidas, o futuro do livro, mas os usuários, quando estão diante de um leitor de livros digital ou diante de um computador, parecem homens das cavernas olhando para um deus. As pessoas não leem mais. Sendo assim, o nível de cada usuário vai baixando ao ponto de os fabricantes e editores terem dificuldades de passarem informações para os usuários que, diante do menor problema, jogam tudo para o alto e dizem que o dispositivo não funciona. Os tablets estão ganhando a batalha contra os Kindles e os Kobos da vida. Sabe o motivo? É porque a maioria dos usuários querem simplesmente visualizar as fotos das redes sociais. Nada mais. Parecem aquelas pessoas que estão na sala de espera de um consultório. Apenas passam por cima das fotos e leem uma coisinha aqui e ali. Eu pergunto agora: qual o futuro dos escritores?

  2. Claro, a Intrínseca é uma dessas editoras em que o livro impresso custa 35 reais e o e-book custa 32. Faz sentido?

    1. Caro Rodrigo, até certo ponto faz sentido. Não se pode julgar um livro pela capa nem apenas pelo trabalho de encadernação. Claro que os custos são expressivamente reduzidos com a retirada do custo de impressão. Mas o preço final de um ebook tem que custear o esforço e o trabalho do autor. O caso é que nem todos os autores nasceram para ser empreendedores e, nesse caso, a editora ainda terá de fazer o serviço de divulgação, que não é necessariamente uma tarefa do autor. As pessoas que se envolvem e dedicam seu tempo para a divulgação continuarão tendo a necessidade de serem remuneradas pelos seus serviços profissionais. Existe uma cadeia de pessoas ligadas ao processo de produção do eBOOK final. Portanto, o preço final de um ebook é, digamos, algo difícil. Agora, digamos que um livro de biologia possa ser criado em duas versões: um em preto e branco (para leitores comuns tipo Kindle e Kobe e outros) e uma versão em cores, audio e vídeo para leitores avançados (como computadores). Um custando R$4,00 e outro R$20,00 comparado aos R$50,00 ou mais de uma versão impressa. Talvez aqui se possa fazer uma distinção de preços. Talvez dessa forma se possa ser mais justo com o autor e das pessoas que continuarão ganhando o pão de cada dia com seu conhecimento profissional de edição de textos, criação e design, entre outras tarefas.

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