Ao longo do dia outras palestras ocorreram no Congresso. Depois de Washington Olivetto, Robert Galitz, editor da Dölling & Galitz Verlag falou sobre o editor num cenário de desafios.
Em alemāo, Galitz falou sobre o desenvolvimento de alguns livros digitais especiais em sua editora. Seus trabalhos incluíam conteúdo exclusivo da história de seu país, como vídeos, áudios e cartas sobre Albert Einstein.
Seguiu-se entāo o almoço e teve início a mesa “O livro digital na sala de aula”, com Regina Scarpa da Fundaçāo Victor Civita, Jens Bemmel da IPA e Mônica Franco do MEC. Bemmel mostrou um interessante panorama do mercado editorial digital didático em diversos países, enquanto Scarpa falou sobre o trabalho da Fundação como digital.
Mônica Franco falou um pouco sobre como o MEC está agindo em relação à chegada do digital e gerou polêmica na hora das perguntas, quando um espectador, que se identificou como Hubert, confrontou os métodos utilizados pelo MEC na adoçāo do conteúdo digital.
[nota do editor: o que aparentemente mais incomodou as pessoas foram duas coisas: a atitude da representante do MEC, dizendo para “mandem o que vocês tem para nós” em um tom exageradamente descontraído, irritou alguns editores na platéia. O tom geral da sua fala, que pareceu não ter sido planejada com antecedência, também foi alvo de comentários entre os presentes. Após ser questionada por Hubert sobre o fato do MEC estar adquirindo 600 mil tablets sem saber que conteúdo eles teriam, ela respondeu afirmando que um setor do MEC estaria desenvolvendo os conteúdos por conta própria. Diante dessa afirmação, Bemmel pediu para fazer a intervenção final, pedindo desculpas pela interferência, mas lembrando que o governo não deveria estatizar a produção de conteúdo, trazendo as editoras para uma conversa e uma relação mais próxima a respeito do desenvolvimento e aplicação da tecnologia. Fim da nota, Eduardo Melo]
A mesa foi encerrada às pressas (o tempo acabou, apesar da polêmica) e entrou no palco Claire Nguyen, diretora da Biblioteca Interuniversitária de Santé. Nguyen falou sobre todos os trâmites e problemas envolvidos na construçāo de um acervo de livros digitais para biblioteca.
Citou as dificuldades do acervo ainda pequeno em francês, da falta de conhecimento do público para a leitura, contou sobre a compra do acervo e a negociaçāo de compra junto às editoras. Após ela, falou Sueli Ferreira do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP.
Sueli também falou dos trâmites do sistema que coordena. As bibliotecas da USP sāo o sistema mais capilarizado da universidade, e isso gera dificuldades. Sāo 77 bibliotecas espalhadas pelos prédios da universidade e também em museus.
Sobre o livro digital, ela afirma que nem todos ainda estâo adaptados, mas há o estudo de diversas propostas, como o sistema de pay per view dos títulos. Revistas e periódicos já estāo bem andados no processo de adoçāo do digital.
Há um portal de revistas gratuito e baseado em software livre que oferece mais de 200 revistas digitais correntes. Além disso, o sistema trabalha com metadados padrāo, mantendo qualidade internacional no acervo.
Em eBooks, possuem mais de 250 mil títulos, a maior parte em língua estrangeira. Há dificuldades de aumentar o acervo pelo acordos propostos pelas editoras, a falta de títulos em português e a oferta de conteúdo em plataformas obrigatórias, que obrigam o leitor a aprender sempre um uso diferente. Livros somem do acervo quando saem do catálogo das editoras e o sistema nāo é avisado.
Sāo utilizados diversos protocolos para manter a padronizaçāo e a organizaçāo do acervo, além de ajuda na pesquisa em metadados, obras duplicadas. Há também a compra de material complementar aos livros.