Essa é a notícia da semana no mercado editorial digital. Um artigo publicado no The New York Times afirma que até mesmo os pais que são mais adeptos à tecnologia insistem que seus filhos leiam livros impressos. Enquanto que os eBooks atingem já 25% do mercado de livros adultos, no ramo infantil esse número chegou apenas aos 5%.
As razões são muitas, entre elas evitar que as crianças estraguem caros aparelhos como tablets, não querer que o brinquedo eletrônico prejudique a experiência literária e também desejar que seus filhos passem pelo contato com papeis, com a virada das páginas, a manipulação de um livro físico. Livros impressos infantis também costumam ser presenteados, mais uma coisa ainda difícil de ser feita com um livro digital, pelo menos não com a mesma intimidade.
No Wall Street Journal, o jornalista Michael Hsu apresentou uma história interessante sobre a tentativa de incentivar seus filhos à leitura eletrônica. Ele testou vários livros infantis diferentes, muitos deles clássicos da literatura juvenil, em vários dispositivos e em diferentes plataformas.
Hsu também trabalhou com vários formatos para eBooks infantis, como com a narração ligada ou desligada. Seu veredicto? Não era o mesmo que a experiência de ler uma edição impressa, faltavam as pausas ideias, a manipulação do objeto livro como brinquedo e parte da história. Ele afirma, inclusive, que a leitura do livro pela voz do aparelho ficou muito parecida com a ação de assistir TV.
É importante isso. Realmente, no mundo em que vivemos hoje as crianças ficam entediadas quando não há um computador com conexão à internet por perto, parece até que desaprenderam a brincar, perderam a capacidade de imaginarem brincadeiras, jogos e situações por si mesmas. Por isso, é muito importante colocar seu filho em contato com o livro em papel, permitir que ela vire as páginas, conduza a história, sinta o que é um livro antes que ele se torne menos popular.
Mas, ainda assim, impedir as crianças de também interagir com os dispositivos eletrônicos é como amarrar um cachorro com linguiça. Se a criança apenas utilizar um iPad para brincar com joguinhos, não saberá do potencial de conhecimento que o aparelho traz, e logo os pais estarão reclamando que seus filhos só utilizam a tecnologia para jogar. É preciso incentivar a criança a descobrir que pode aprender e se divertir de outras formas com esses novos gadgets.
No Brasil não é diferente. Aqui, como no resto do mundo, os menos adeptos aos livros digitais são as crianças e jovens, justamente os mais ligados à tecnologia. Eles continuam preferindo livros em papel, por suas características sociais, entre outros fatores. O porquê disso e suas soluções ainda não foi descoberto.
Com informações do TeleRead, Good E-Reader e Ler ebooks. Vale ler também o artigo do Digital Book World.
Costumo dizer que lembro somente de duas bonecas da minha infância, porém lembro de quase todos os livros que ganhava de meus pais – e não foram poucos! Ainda hoje, fecho os olhos e quase posso sentir o cheiro das páginas dos meus favoritos… que delícia!
Foi assim que cresci: folheando livros e mais livros. Foi assim com meus filhos e ainda hoje o faço para meus netos. E todos amam ler bons livros.
Penso que, apesar de toda tecnologia – suas formas obsoletas da noite para o dia -, os livros de papel ainda vão fazer parte de nossas vidas durante um bom tempo.
Com certeza. Eu tinha muitos pesadelos quando era pequena, e minha tia me deu um livro de um monstrinho que comia sonhos maus quando era entoada uma oração. O livro ficava embaixo do meu travesseiro sempre, e eu lia a oração todas as noites. Tem coisas que ainda não podem ser substituídas. O feeling ainda é muito forte.