Ultimamente, a Amazon não está na lista de cartões de Natal de nenhuma editora, pois anda meio egoísta e não quer saber de ajudar mais ninguém. E as grandes editoras estão todas fulas com o controle sobre os preços, novos selos de publicação e outras peripécias. Mas nem todo mundo está bravo. O site Publishers Weekly publicou o depoimento de Stephen Roxburgh, presidente da editora Namelos, LLC. Confira alguns trechos:
Em 1994, deixei minha posição em uma grande editora comercial de Nova York para começar a Front Street, uma editora pequena juvenil em Asheville. Publicamos nossa primeira lista de três títulos em 1995, mesmo ano em que a Amazon entrou no ar. De certa forma, a Amazon nos permitiu continuar, porque através do seu catálogo online todos os nossos livros estavam disponíveis para venda em toda parte. Apesar de termos publicado o habitual conjunto de gêneros e formatos, a empresa rapidamente se tornou conhecida pela ficção adulta jovem, e nossas vendas foram principalmente para bibliotecas. Na verdade, raramente livreiros se abasteciam com nossos livros de capa dura, porque a ficção para adultos jovens, com raras exceções, não vendem nas livrarias. Mas a Amazon fez estoque de todos os nossos títulos, e as devoluções a partir deles foram insignificantes.
Mais recentemente, em 2009, comecei uma outra editora pequena, Namelos LLC, desta vez na internet. Mais uma vez, nós nos concentramos em ficção adulta jovem. E mais uma vez, a Amazon tornou isso possível. Nossa nova empresa publica títulos simultaneamente em capa dura e brochura usando impressão sob demanda, e eBooks. Porque os nossos livros não são retornáveis, a maioria dos livreiros não quis vendê-los. Mas a Amazon vende. Além disso, temos cerca de 90 títulos disponíveis em eBook. Com a ajuda oportuna de um membro da equipe editorial da Amazon, conseguimos fazer com que todos os nossos títulos fossem inseridos em seu sistema, alguns dias antes do Natal de 2009, alcançando assim nossa primeira venda digital substancial com base no sucesso do Kindle. Um ano depois, em 2010, nossas vendas digitais aumentaram pouco menos de 1000% no primeiro trimestre. Este ano, com o lançamento da nova linha de Kindles, nós antecipamos outro aumento substancial. (Não esquecendo a Barnes & Noble e o sucesso de seu Nook, que agora representa cerca de 25% de nossas vendas digitais.)
Apresso-me a acrescentar que somos uma empresa minúscula, mas somos capazes de publicar alguns bons livros com sucesso graças às vendas de biblioteca em curso e as vendas digitais. A Amazon é um dos nossos clientes mais importantes e um parceiro de publicação através do Kindle Publishing Program. Divulgação completa: Eu comprei algumas centenas de ações da Amazon alguns anos atrás. Foi um bom investimento, tendo quase triplicado de valor, geralmente em picos, às vezes caindo no mercado em geral. Não estou escrevendo em apoio à Amazon, porque eu próprio invisto na empresa. Comprei ações da empresa porque vi a força de seu negócio e queria capitalizar sobre ela.
As grandes editoras ficaram encantadas com a Amazon por uma década, quando era seu cliente mais rápido em crescimento, e ainda é um de seus maiores clientes. Agora a Amazon é o grande lobo mau. Eles não podem ter as duas coisas. Livreiros têm uma posição mais linha dura, mas já estive aqui antes em concorrência com as grandes cadeias. Livreiros independentes irão se adaptar e sobreviver. Acredito que a tecnologia vai funcionar para eles, assim como tem funcionado para as pequenas editoras independentes.
Do ponto de vista deste editor lunático a Amazon, com todas as suas falhas e tropeços, é crucial para nosso sucesso. E eu, por exemplo, aplaudo a inovação e a transformação que a Amazon trouxe para o mundo editorial.