Alguns nomes de vanguarda defendem licenças mais flexíveis ou até mesmo a pirataria indiscriminada de conteúdo digital. Alguns autores – evocando Paulo Coelho como exemplo emblemático – preferem ser pirateados para tornar suas obras ainda mais acessíveis. O pensamento da bibliotecária Magdalena Vinent vai na outra mão: para ela, a pirataria é uma ameaça real e deve ser combatida.
Vinent, que também é filóloga, dirige a CEDRO, entidade com sede na Espanha destinada a proteger os direitos de propriedade de autores e editores. Para ela, a atuação da sociedade contra a pirataria de conteúdo digital deve se dar principalmente em três eixos: “1. fornecer acesso legal e facilitado ao conteúdo; 2.o reforço das leis e medidas administrativas; e 3. criar programas educacionais para enfatizar a importância dos direitos de propriedade intelectual”, explica.
Para ela, a pirataria está longe de ser um bom negócio para os autores e para as editoras, a quem são confiados os direitos patrimoniais das obras. “Editores começam um novo negócio para facilitar o acesso simplificado e legal a trabalhos digitais e, muitas vezes, eles não têm receita suficiente para pagar pelo seu investimento por conta de atividades ilegais. A pirataria é uma competição injusta com o editor”, justifica.
Magdalena Vinent irá participar do painel “O Direito Autoral do Livro Digital – o quanto evoluímos”, durante o 4º Congresso Internacional do livro Digital. O evento acontecerá durante os dias 13 e 14 de junho, no Centro Fecomercio de Eventos, em São Paulo (SP).