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Por que a Amazon Esconde Números?


A Amazon não divulga seus números. Resultados de venda, receita líquida e bruta, crescimento ou queda… só temos números inteiros, aproximados, expectativas. Ninguém fica sabendo mais do que isso. Mas por que a gigante de Seattle faz isso?

Normalmente, quem tem sucesso divulga seus números. A Apple faz isso em grande estilo às vezes, em eventos. A B&N, mesmo com quedas, também informa seus dados. Mas por que uma empresa que diz fazer tanto sucesso esconde o que ganha e o que perde? Talvez porque esteja perdendo mais do que sabemos.

Uma notícia no site Businessweek informa que a Amazon possui menos assinantes do serviço Prime do que os analistas previam. Fontes sigilosas dizem que o número de assinantes até outubro de 2011 ficava entre 3 a 5 milhões de pessoas, enquanto que os analistas previam números que chegavam a 10 milhões de assinantes, com crescimento ainda maior em 2012. A Amazon informou ganhos vendas de US$17,4 milhões no último trimestre, contra US$18,3 milhões do que esperavam os analistas.

O serviço Prime ajuda a estimular compras, tirando o valor do frete de produtos por um ano, ao valor de US$75. E mesmo com menos aprovação do que o esperado, a promoção de preço pesou nos custos de transporte da Amazon. Essas despesas saltaram 55% para US$4 bilhões no ano passado, superando o US$1,55 bilhões que Amazon arrecada com taxas de envio aos clientes.

A Amazon ganha menos do que o esperado?

A notícia é interessante, e fica mais ainda com as considerações de Rich Adin do The Digital Reader. Ele lembra que, além do frete grátis, o programa Prime oferece também aluguel de um livro digital em um acervo de mais de 100 mil títulos e acesso a um catálogo de filmes que só cresce.

Para Adin, a Amazon está perdendo mais dinheiro do que o esperado, e não divulga seus números para que os acionistas e concorrentes não fiquem sabendo de nada, embora já estejam insatisfeitos com o segredo. “Em um tamanho de empresa como a Amazon, se os números fossem milhões de dólares, acho que todos iriam sentar-se e bocejar. Mas bilhões de dólares levantam as sobrancelhas. A perda de US$2,45 bilhões  em transporte por si só não é insignificante.” salienta Adin.

E mais: “Gostaria também de saber o que vai acontecer quando a Amazon decidir que é hora de parar de perder dinheiro e que cada área do seu negócio deve pelo menos empatar nos ganhos e perdas. O que vai acontecer com os autores que compraram no seu programa? O que acontecerá com os consumidores que fazem parte do ecossistema?”. É, realmente é uma situação tensa.

Ao ter menos assinantes do que o esperado – metade, aliás –, como ficam os autores? Aqueles que aceitam contratos de exclusividade com a Amazon pensando que estão sendo divulgados a uma audiência que na verdade é bem menor do que o esperado? Eles estariam sendo enganados, escolhendo o serviço da Amazon, em detrimento de outros como Smashwords e B&N?

“Pode muito bem ser verdade que a Amazon já vendeu 20 milhões de Kindles e que cada proprietário do Kindle compra (não gratuitos), pelo menos, 5 eBooks a cada ano, no entanto, pode também ser verdade que a Amazon vendeu apenas 10 milhões de Kindles e que 9 de 10 proprietários de Kindles só baixam eBooks gratuitos, e nunca realmente comprar um único eBook.” afirma Adin.

E é por isso que números verdadeiros, aqueles com vírgulas, em grandes relatórios, importam. Anunciar em sites e em sua home page que vende tantos aparelhos e tantos eBooks não é a mesma coisa.

 

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