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Por que é preciso desligar o eReader durante pousos e decolagens?


Essa é a pergunta que Kate Bevan tenta responder, em um artigo para o The Guardian, inconformada por ter que obedecer a ordem dada pela tripulação e sem entender como um ereader poderia representar qualquer tipo de risco para uma aeronave.

De acordo com Dave Carson, um engenheiro da Boeing que copresidiu o comitê que investiga a questão da interferência eletrônica por aparelhos portáteis, há duas maneiras em que esses aparelhos podem afetar um voo: através de emissões intencionais e emissões não intencionais. Celulares e dispositivos com Wi-Fi fazem parte do primeiro grupo – eles intencionalmente transmitem ondas eletromagnéticas de radiofrequência -, e um celular ligado durante o voo vai tentar operar em um nível de potência mais alto, já que provavelmente estará a uma grande distância da torre mais próxima. Outros aparelhos (como CD players e e-ink readers) estão no segundo grupo, as emissões são causadas somente no ligar e desligar do equipamento eletrônico.

Essas emissões provenientes dos aparelhos vazam para fora do avião através das janelas, portas e vãos e podem interferir nos sinais captados pelas antenas instaladas na fuselagem do avião. A culpa por alguns incidentes em voo chegou a ser creditada aos celulares, ainda que a Boeing admita não ter conseguido encontrar nenhuma prova definitiva da correlação entre os fatos.

No entanto, enquanto a possibilidade não for descartada, a proibição continua e vale para todos os eletrônicos, inclusive os readers, cujos riscos são considerados ainda menores: “um e-ink reader com conexão 3G desabilitada não causaria um problema” diz Carolyn Evans, da Associação de Pilotos da British Airline, mas ela acrescenta que “é muito difícil para a tripulação confirmar quem está com o 3G ligado e que não está”. Portanto, mesmo que a probabilidade de um Kindle derrubar um avião seja extremamente pequena, por enquanto, não tem jeito: nos pousos e decolagens, ele terá que ser desligado.

Recentemente, a FAA (Federal Aviation Administration) sinalizou que está disposta a reavaliar a situação dos eletrônicos nos aviões, mas ainda deve demorar bastante até que alguma mudança seja feita, os testes necessários são trabalhosos, além de muito caros.

Informações: The Guardian e The New York Times

 

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