O vice-presidente de vendas e conteúdo da Kobo, Michael Tamblyn, em entrevista recente para o Digital Book World, sintetizou em poucas palavras qual é o verdadeiro mercado para editoras e livrarias que vendem eBooks. Fez isso a partir do exemplo da própria Kobo (livraria online de eBooks canadense, adquirida recentemente pela japonesa Rakuten), mas o exemplo vale para editoras e livrarias brasileiras, e mundo afora:
A Kobo nasceu internacional e sabia desde o princípio que a única maneira de ter sucesso no negócio do eBook, era sendo uma empresa internacional. Fora os EUA, provavelmente não há outro mercado nacional grande o suficiente para sustentar uma empresa no âmbito da competição internacional.
Se você basear o seu negócio na venda de eBooks no Reino Unido [por exemplo], não há número suficiente de compradores de eBooks lá que gerem receita suficiente, para se obter necessário para investir numa competição contra outros concorrentes internacionais. Quando você olha ao redor do mundo, vê esse padrão se repetir. Empresas locais tentam soluções próprias e depois se dão conta que são dezenas de milhões ou centenas de milhões de dólares de investimento para concorrer com Amazon e Apple. A menos que você seja internacional, a menos que seu foco seja global, para competir neste negócio é muito difícil. Desde o início, sabíamos que seria em vários países e em várias línguas e nós executamos isso desde o início.
Essa é uma leitura que tem vários recados. Para livrarias, é bem claro: pensar que é possível competir com Amazon e Applee, operando apenas em um mercado local, é ilusão. É inviável por questão de escala, o mercado local gera menos negócios e o investimento necessário para competir continua o mesmo, e gigante.
No caso das editoras, o recado é mais sutil. Faz sentido limitar-se a um mercado local, enquanto as grandes editoras se expandem internacionalmente e lançam, por conta própria, títulos em várias línguas? O livro digital globaliza o mercado e permite a qualquer estrangeiro competir pelo mercado brasileiro. Os brasileiros também podem competir por outros mercados.
Para ver a entrevista completa com o VP da Kobo: Kobo’s Michael Tamblyn: Publishers Should Experiment More
As livrarias e editoras nacionais poderiam tirar partido do baixo número de leitores em outras línguas que há no mercado do Brasil e conquistar os leitores da lingua portuguesa com oferta de todo o seu catálogo e com preços convincentes, sem o medo de vender menos impressos, mas com o intuito de atingir outra fatia de mercado ou mesmo… criar essa fatia. Mas sei que há n outros obstáculos e a falta de e-readers é uma.
Concordo,Maurem
Eu, ás vezes acho que há um certo desleixe das esditoras brasileiras qnt aos ebooks.
Nada é investido nada é falado. è um medo absurdo que o livro de papel morra. Eles ainda não entenderam que o ebook é um format opcional e diferente.