É interessante acompanhar outros mercados de livros digitais além do brasileiro. Acompanhar o americano, o britânico, é essencial. Porém, conhecer outros países que ainda estão começando pode ser, além de um aprendizado, uma porta aberta para oportunidades de negócio. Já falamos aqui da Espanha, e sabemos que o mercado indiano também está em bom crescimento, mas notícias agora informam que a Rússia começa a se mexer.
Um artigo do site Shelf Awareness fala um pouco sobre o grande país. Lá, assim como no Brasil, o mercado de eBooks ainda é pequeno, representando menos de 1% com faturamento de US$2,2 milhões por ano. Mas, também assim como em nossas terras, analistas esperam que o mercado cresça bastante nos próximos anos, chegando a 30% da indústria editorial em 2015.
“Os russos estão exibindo uma afinidade cada vez maior para a leitura em telas, mas agentes de mercado alertam que será um longo tempo antes de eBooks substituírem os títulos impressos”, informa uma matéria no Moscow Times. E lá os preços são bem convidativos: vão de 10 Rublos (US$0,33) a 250 Rublos (US$8,5).
Ozon.ru, site de eCommerce considerado a a Amazon da Rússia, viu as vendas de eBooks crescerem 40% em 2011, assim como a venda de eReaders, que saltou 250%. “As vendas de eBooks estão crescendo em um ritmo rápido, e esta tendência continuará no futuro… as novas tecnologias estão ocupando um segmento do mercado, o que obviamente é uma preocupação para os editores, que estão adaptando seu modelo de negócio e até mesmo mudando para a produção de livros eletrônicos.” afirma Mikhail Osin, diretor de vendas digitais do site.
O obstáculo mesmo está nos consumidores, que ainda se sentem muito ligados ao “toque”, ao feeling que os livros impressos trazem. Quanta coincidência, ouvimos a mesma coisa por aqui!
As perspectivas são muito boas, e podemos encontrar muitas semelhanças com o Brasil. Os altos números de crescimento se repetem aqui, uma vez que saímos de um 2010 quase nulo para os livros digitais, para um 2011 com novo embalo e um 2012 que promete muitas novidades. É também uma oportunidade para que editoras pensem não apenas em negócios com a Rússia, mas também que compreendam que todos estão entrando em adaptação.