artigo por Kleber C. Nobrega, de seu blog pessoal.
Você acredita em eBook? Ficar lendo em dispositivo eletrônico? Largar mão do livro em papel, gostoso de pegar, cheiroso, com aquele pesinho na bolsa? Eu não acredito que esta moda vá pegar!
Há algumas semanas venho realizando uma reorganização do escritório. Selecionei um monte de papeis inúteis, apostilas de cursos antigos, documentos com mais de dez anos de idade – absolutamente inúteis, e outros objetos que a gente vai guardando sem saber por que. Confesso, estou usando agora cerca de 40% do espaço que utilizava antes.
Mas, deparei-me com o momento mais difícil: que fazer com os livros?
Os livros de engenharia mecânica, do mestrado em engenharia de produção cursado na bela Santa Catarina, do doutorado na USP? E tantos outros livros de leituras complementares, filosóficas, romance ou literatura? Que fazer com 476 livros?
Fiz doação!
Doei para pessoas e instituições que possam fazer uso já que, para mim, já absorvi o que precisava e, para as pessoas com quem me relaciono, os empréstimos que faço vinham escasseando mais e mais.
Ainda tenho uma quantidade razoável de livros no escritório. Livros que uso com alguma frequência, e que costumo emprestar para amigos, alunos e clientes.
E fiquei a pensar sobre este tal de eBook (livros eletrônicos), aparelhinhos minúsculos, menores que um livro médio, que além de portarem o conteúdo de livros, ainda permitem algumas funções como acesso a internet, envio de mensagens, e tantas outras.
Mas registro que não gosto de eBook. Sou contra o eBook. Gosto mesmo é de manter pilhas e pilhas de papel e documentos, ocupando espaço na prateleira, e mofando nos armários. Sei que o eBook consegue comportar milhares de livros, mas prefiro continuar ocupando espaço na minha biblioteca.
Sou contra o eBook. Prefiro o cheirinho de mofo dos livros antigos, com todo o risco de atrair traças e bichinhos alérgicos que possam advir.
Sou contra o eBook. Prefiro carregar 3 livros em minha bolsa para ficar lendo nos aeroportos, aviões ou qualquer momento em que tenha que ficar esperando algum evento. Para que ficar carregando milhares (eu disse milhares) de livros num aparelhinho que pesa quase nada?
Sou contra o eBook. Prefiro continuar patrocinando o uso de recursos naturais, como papel, tinta, etc. para imprimir os livros físicos.
Sou contra o eBook. Prefiro ter que me deslocar até uma loja para comprar um livro, ou, se comprar via internet, ficar aguardando dias ou semanas até receber o livro nacional ou internacional. Este negócio de comprar e receber imediatamente não me atrai. Prefiro esperar 30 dias por um livro vindo de outro continente.
Sou contra o eBook. Prefiro o livro físico, com a letra fixa, mesmo que eu tenha que usar uma lupa. Esse negócio de aumentar a letra para vários tamanhos, mudar a cor da página, fazer anotações, compartilhar posts via Twitter ou Facebook. Nada disto me atrai.
E o que dizer de marcar trechos do livro? Prefiro o marcador de texto “amarelo”, ainda que esteja usando recursos naturais para produzir o plástico da caneta e a tinta.
Você já perdeu algum livro? Um livro tão importante para você que foi necessário comprar outro? Se você usa um eBook, e perder o seu aparelho, não precisa comprar toda a sua biblioteca novamente. Basta, com um novo aparelho, acessar toda a sua biblioteca virtual na livraria virtual onde você comprou, e resgatar (baixar) todos os livros, com todas asa informações de marcações, notas, que você havia feito. Mesmo assim, sou contra o eBook.
Finalizando…
Se você tem smartphone (iPhone, Blackberry, Galaxy, ou outro qualquer), pergunto: onde você guarda os CDs que compra? Garanto que você é daqueles que não gostam de ouvir música sem “pegar” o CD, ou sem sentir o cheirinho do CD, não é mesmo. Então continue comprando CD, e DVD.
Por tudo isto sou contra o eBook!
Sou?
Kleber C. Nobrega é doutor em Engenharia de Produção, consultor, pesquisador, palestrante, professor, e um curioso sobre conceitos e princípios úteis sobre gestão de serviços.
Boa Kleber…
Se eu quisesse cheirinho eu ia numa perfumaria, com livros eu quero é o conteúdo
Exatamente!
É a velha e mascada história de sempre: alguns resistem e custam se adaptarem ao “novo”.