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Tablets Distraem, e Podem Mudar o Jeito Que Lemos


Já noticiamos aqui, na semana passada, uma matéria do New York Times que fala a respeito da distração que tablets trazem à leitura. Após isso, mais pessoas se manifestaram a respeito, corroborando a informação que todos já sabem há anos.

Maryanne Wolf, professora de desenvolvimento infantil da Tufts e autora de Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain afirmou: “Ninguém sabe os efeitos finais de uma imersão em um meio digital no cérebro jovem em desenvolvimento. Mas minha maior preocupação é que o cérebro jovem nunca terá o tempo (em milissegundos ou em horas ou em anos) para aprender a ir mais fundo no texto após a decodificação em primeiro lugar, mas será puxado por meio de informações que distraem cada vez mais, sidebars, pop ups e agora, talvez, vídeos.”

David Gelernter, professor de ciência da computação na Universidade de Yale, escreve que “A mudança mais importante em curso para a própria leitura em ambiente online de hoje é o barateamento da palavra. Ao ensinar estudantes universitários a escrever, eu digo a eles para fazer valer cada palavra, para permanecer em cada frase até que esteja certa, para ouvir o som de cada frase. Mas essas idéias parecem cada vez mais bizarras em um mundo onde (em qualquer reunião de tamanho considerável de estudantes) você pode praticamente ver mensagens de texto voando ao redor da sala e atravessando as paredes, cada uma tão memorável ​​como uma mosca, onde o tempo de estreitamento entre a escrita para e publicação na web está ajudando a matar a arte da edição, esmagando-a até a morte. A internet faz com que as palavras sejam tão baratas e tão significativas como salgadinhos de queijo.”

Gloria Mark, professora da Universidade da Califórnia que estuda a interação humano-computador, completa: “Minha própria pesquisa mostra que as pessoas são continuamente distraídas quando se trabalha com informação digital. Eles alternam atividades simples, em média, a cada três minutos (por exemplo, email ou leitura de mensagens instantâneas) e projetos a cada 10 minutos e meio. Não é possível se engajar em uma profunda reflexão sobre um tópico quando estamos mudando tão rapidamente.”

Concordo com as opiniões. Entretanto, não creio que qualquer um deles seja contra a leitura digital. O que deve ser feito, assim como já sugerimos com a educação brasileira, é estudar o que está sendo feito. Ao invés de jogar tablets a esmo nas escolas, ao invés de forçar o livro digital em crianças e adultos, o melhor a fazer é estudar o comportamento da nossa leitura, que obviamente mudou, para encontrar soluções. Precisamos ter a capacidade de focar em um assunto, de nos concentrarmos e nos aprofundarmos em um estudo.

Com informações do e-reads e New York Times.

 

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