Está aí uma verdade, e agora provada em pesquisas, por especialistas. Um artigo no Jornal Correio do Brasil fala sobre algo que muitos ignoram. Enquanto todos estão preocupados em inserir tablets nas escolas, poucos estão realmente se importando com o conteúdo inserido nessas plataformas, e também no modo como alunos e professores poderão desfrutar de tudo isso. Segundo o artigo:
Especialistas concordam que o sucesso do uso das tecnologias em educação não depende apenas da plataforma utilizada, mas sim da forma como a escola irá inserir essas ferramentas no aprendizado e também dos conteúdos digitais disponíveis.
[…] Marta defende que o “hardware” não importa tanto. O essencial é ter à disposição ferramentas que possibilitem um uso educacional de laptops e tablets para que as máquinas não sejam meros reprodutores dos conteúdos que já estão nos livros didáticos. “A escola vai aos poucos se tornando digital, os professores estão fazendo blogs, a gente se apropria das redes sociais, mas não há algo pensado para a escola que precisa de uma transição para a época digital”, aponta.
Tablets podem ser úteis nas escolas, mas ninguém disse que eles são ideais para a educação do jeito que são. Pode ser preciso uma mudança, pode ser necessário treinamento, e pode ser que as crianças precisem se adaptar a esse processo. Imagine uma escola pública brasileira, onde mal há uma carteira em que o aluno possa sentar corretamente. Imagine uma professora com três empregos tendo que cuidar de mais um material caro, ensinar alunos que provavelmente sabem mais do que ela e evitar que eles se percam na internet e nas outras funções.
A especialista no uso das tecnologias da educação ressalta, entretanto, que essa transição da escola analógica para a digital precisar ser feita aos poucos. Leva tempo e exige uma reflexão da sociedade a respeito do que se espera da escola. “Quando o educador começa a trabalhar esses projetos chega um momento que o sistema não reconhece o que ele está fazendo. Isso está acontecendo em todo o mundo. No Brasil nós temos um ambiente mais propício à mudança, até do ponto de vista da legislação. Mas é uma mudança grande porque aí chegam as avaliações que hoje ainda se baseiam muito na memorização”, diz Marta. “O que precisava é de um pensamento estratégico dentro do governo para pensar esse assunto a longo prazo”, completa.
É isso. O Brasil é bem propício a mudanças, já que está em um nível baixo, e ainda precisa evoluir muito. Isso torna nosso sistema de educação também muito aberto a mudanças, sedento por uma solução que integre todas as classes sociais, todos os sistemas de ensino, para que o mesmo suba de qualidade, e obtenha reconhecimento mundial.
Para Ilona Becskeházy, diretora da Fundação Lemann, a primeira e principal estratégia é buscar conteúdos pedagógicos que possam ser acessados por meio dos equipamentos. “Se você não selecionar conteúdo de alto padrão, tanto faz se é papel, lousa, ou tablet. E isso a gente não faz no Brasil. A lógica deveria ser: primeiro você busca o conteúdo e depois você procura como é a melhor maneira de distribui-lo. Se ele for bom pode ser até um mimeógrafo”, critica.
Ponto. Antes de corrermos aprovar orçamentos para a compra de tablets, para tentar ser referência mundial em tecnologia, que tal avaliarmos que tipo de conteúdo temos disponível para colocar nesses aparelhos? Os livros impressos já possuem conteúdo de qualidade? Quem não se lembra dos livros que saíram com erros ortográficos? Realmente, é obrigatório revermos a qualidade do conteúdo antes de sair distribuindo iPads para os alunos.
Eu compartilho a crença de que o “como usar” (em outras palavras, de que forma a ferramenta tecnológica vai ser usada) é o principal, e isso ainda não foi descoberto. Claro que há diversos casos bem sucedidos de usar isso ou aquilo em determinadas situações, mas não existe ainda o consenso de qual é o caminho.
Discordo porém de um ponto. Acho que estamos (finalmente) diante da plataforma ideal: o tablet! É ele, sem sombra de dúvida! Mas ainda falta o como. Acho que o fato de nunca ter sido encontrado a maneira ideal de se usar a tecnologia em sala de aula era pelo fato do tablet ainda não existir. O Notebook chegou perto, mas é o tablet que é a solução ideal.
Só falta o “como”. E Steve Jobs já apontou um (dos) caminho(s).
É um ponto que sempre tenho debatido em alguns grupos, não só na educação infantil como em todas os níveis. Muitos material para graduação é anunciado que vem em tablet, mas como está o contéudo dessa material? Qual o cuidado que se teve para produzir?
Erros ortográficos, de informação, desatualização de dados…
É preciso ainda ter muito mais preocupação com esses detalhes antes de inserir um novo meio para a disseminação!