Dicas básicas para autores melhorarem as vendas

19/03/2015
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Um autor auto-publica seu ebook. Ele dedica tempo para escrever, eventualmente até investe dinheiro para produzir seu ebook. Na hora das vendas, elas ficam entre “nada” e “quase nada”. Nada muito diferente do que muitas editoras experimentam atualmente, ainda assim, algo desanimador.

Para um número considerável de autores, mudar esta situação será quase impossível – por ignorância, despreparo ou incapacidade. Não haverá milagre, ou dinheiro, que chegue para salvá-los do ostracismo. Já é assim no mercado impresso, neste ponto o digital não é diferente. Darwin explica.

Em contrapartida, felizmente, outros tantos autores serão capazes de sobressair e sair da situação de mediocridade nas vendas. São aqueles que trabalham com disciplina e bom-senso. Podem não se tornar bestsellers, mas trabalhando certos fundamentos, muito básicos, chegarão a um resultado melhor (bem melhor) do que meia-dúzia de livros vendidos. Para estes, as dicas a seguir são especialmente úteis.

Saiba a resposta para a pergunta essencial

A primeira coisa é olhar para o livro e se perguntar, afinal, o que ele tem de diferente? O que destaca este livro das outras obras que tratam do mesmo assunto, ou são do mesmo gênero? Na hora de divulgar, é nesta tecla que você precisa bater, é isto que interessa.

Se você não souber ou não conseguir responder esta pergunta, fica difícil justificar por que alguém deveria dar atenção ao seu livro.

O público

O público, sempre ele. Você sabe quem é o seu público? Essa pergunta é crítica. Se a resposta não está na ponta da língua, trate de descobrir. Mande o livro para alguns amigos com perfis bem diferentes; crie um blog, publique trechos e veja se alguém gosta. O essencial é descobrir qual o perfil das pessoas que se interessam pelo seu livro, pelo que você escreve.

Só a sua família gosta, mais ninguém? É mau sinal. Procure alguém que lhe dê uma opinião isenta.

Um exemplo. O livro é sobre churrasco? Logicamente você deve ir atrás de quem gosta de carne. Nem pense em divulgar esse livro para fãs de veganismo, que acharão seu livro, no mínimo, inapropriado. Ou, na pior das hipóteses, um desastre, com centenas de veganos criticando o livro no Facebook. Embora uma situação dessas gere divulgação indireta (como aconteceu com o clipe do Alexandre Pires com o Neymar), publicidade positiva é um negócio mais vantajoso.

O ponto principal, portanto: conheça seu público, concentre-se nele.

Comunique-se (é diferente de fazer propaganda)

Pegue o email das pessoas que gostam do seu livro, mantenha contato com elas – mas não torre a paciência do povo com spam e propaganda. Como fazer isso? Abra um blog, publique textos sobre o seu tema, seu livro. Use o bom-senso e comunique as novidades essenciais, um novo lançamento, um trecho de livro, coisas assim. E se email é coisa da idade da pedra para você, crie um perfil no Facebook, no Twitter, etc.

Independente da forma de comunicação escolhida, não a abandone depois. Se não deu certo, então apague e comece outra coisa, mas não abandone. Nada mais deprimente e patético que um blog com três postagens, em dias consecutivos, que depois fica meses, às vezes anos, totalmente parado, até algo novo ser escrito. Isso arruína a credibilidade de qualquer um.

Não perca tempo escrevendo releases para jornalistas que você não conhece. A não ser que o seu anúncio tenha algo realmente diferente, novo, impactante, quem não conhece você irá simplesmente ignorar o release.

Quer um site para o livro? Vá com muito cuidado

Antes de contratar alguém para fazer seu site, pesquise a respeito de design de sites, informe-se bem sobre o que é bom e o que é ruim nesta área. Sites são como carros, empresas de design como mecânicos: quanto mais você entende como funciona, menos eles são capazes de enrolar você.

Nunca, nunca fique satisfeito com um visual amador (aprenda a diferenciar um visual amador, de outro profissional), ou um sistema que seja difícil para você usar e publicar atualizações por conta própria.

Pesquise sobre marketing para websites, é extremamente útil para planejar um site dedicado a vender um produto (livro) ou conquistar novos clientes (leitores). Se está além da sua capacidade, esqueça o site e concentre-se no Facebook.

Autocrítica é essencial

Vale como regra geral e conecta todos os itens acima.

Confira se o livro não está cheio de erros gramaticais, semânticos. Se é um romance, cheque os erros de continuidade na história. Nessas horas, é bom contar com aquele amigo minucioso, aquela amiga detalhista. Ou com um revisor bem pago. Um editor freelance, então, melhor ainda.

Não adianta muita coisa mandar emails para os seus leitores, com imagens que ninguém consegue abrir, textos com palavras mal-escritas, links quebrados… reconheça e aprenda com seus erros. Seja vigilante – ao longo do tempo, são inevitáveis, por isso seja vigilante.

 

  1. Bons autores devem ser procurados e achados por quem tem neles interesse. Vendas são apenas números, e publicidade é necessário para quem precisa de algo além do próprio livro. Encarar o livro mais como mercadoria do que como a maneira de registro do pensamento humano é demonstrar aptidão mercantil, e não intelectual. Escrever e vender livros não é uma mina de ouro, tomara que o quanto antes os oportunistas se deem conta disso e partam para outras aventuras atrás dos seus grandes negócios. Por fim, não use teorias que você tem pouco conhecimento para os fins que você bem entender.

    1. Claro, pois todos adoram da figura romântica do autor que vivem pela arte, e morrem bêbados na rua e/ou cheios de dívidas. Joyce e Kafka devem ter adorado isso. Autor não vive de luz. Para pessoas que pessam o contrário, sempre falo: já olhou o preço do kilo do pão.

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