É muito bom notar que novas e melhores feiras literárias estão aparecendo, elas são essenciais no Brasil. Melhor ainda é ver que esses eventos estão colocando o livro digital na pauta. As feiras literárias são eventos mais íntimos e “familiares” que as grandes Bienais do Livro, e muitos dos que comparecem querem aprender algo.
E esse é o caso da Flica, Festa Literária Internacional de Cachoeira, que acontecerá na Bahia de 11 a 16 de outubro. No sábado, dia 15 de outubro, participarão da mesa redonda “O Fetiche do Livro em Papel e o Meio Digital” três importantes palestrantes.
Bob Stein, um dos convidados internacionais da Flica, é uma das maiores autoridades mundiais em livro digital, envolvido na discussão acerca das publicações eletrônicas desde 1980. Ele preside o Instituto para o Futuro do Livro, que tem o objetivo de explorar e influenciar a evolução de novas formas de expressão intelectual. Já André Lemos é bastante conhecido na Bahia, onde leciona na Faculdade de Comunicação da UFBA, e é referência nacional em Cibercultura.
Fábio Fernandes, terceiro debatedor da mesa sobre livro digital, é doutor em Comunicação e Semiótica, jornalista e escritor, tendo em seu currículo mais de cem obras traduzidas, entre livros e graphic novels. Além disso, é membro do conselho do grupo Visions of Humanity in Cyberculture,Cyberspace and Science Fiction, da Oxford University.
Veja a informação oficial da palestra:
Até parece que o fetiche do livro em papel tem alguma importância. Não tem. O apego, a defesa apaixonada do formato “texto organizado em caderno de folhas de celulose grampeadas ou coladas”, não passa disso: apego, ou medo do novo. A literatura não tem nada com isso, o escritor não se importa, ou não deveria se importar, com o meio físico que reproduz seus textos. O livro é meio. O início é a escrita. O final é o leitor diante do texto. Não tem a menor importância a forma pela qual o texto se apresenta. Ou tem? A Flica, atenta ao debate, resolveu excluir dele os fetichistas empedernidos, pois seria como convidar crentes para debater crenças religiosas, afinal fetiche é crença, construção de um simbólico imaginário, representativo. Optamos por convidar outra turma, a turma do meio novo, a turma que não se apega à celulose como uma matéria-prima sagrada.
Confira o site oficial e o Twitter do evento.
Com informações do Correio e site oficial da Flica.