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“Terminei com meu Kindle”

24/09/2012
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Em um artigo do The Wall Street Journal, Joshua Fruhlinger, um fervoroso apaixonado por aparelhos eletrônicos, relata de forma divertida que, depois de anos de convívio, “rompeu” com seu Kindle e se “reconciliou” com os livros impressos.

A gota d’água foi em uma viagem de avião de Los Angeles a Nova York, quando seu Kindle o deixou na mão na primeira hora de voo: ele se esqueceu de carregá-lo. Assim que chegou em Nova York, entrou numa livraria e comprou a versão impressa do mesmo livro que o Kindle o havia impedido de ler no ar, e concluiu que e-readers são muito dependentes e exigem demais sua atenção, enquanto os livros de papel sempre estarão disponíveis para quando você precisar deles.

Fruhlinger explica que a relação já vinha estremecida há algum tempo, e passa a listar suas diferenças irreconciliáveis:

– não conseguia cumprir suas constantes exigências (por eletricidade, como no caso do fatídico voo)

– havia coisas que eles não podiam compartilhar (alguns livros não existem em ebook )

– não podia contar com o Kindle para todas as horas (ele reconhece não ser culpa do e-reader, mas em pousos e decolagens eles não podiam estar juntos)

– tinha dificuldade de aceitar seus limites (por exemplo, ele e seu aparelho jamais poderiam desfrutar de um banho quente de banheira juntos, já que ler em um Kindle tão perto da áqua não é uma boa ideia)

– o Kindle nunca se deu muito bem com seus amigos (o e-reader até permite que ele empreste os livros para os amigos, mas a contragosto, por um tempo limitado)

No entanto, apesar da lista de reclamações, algumas boas lembranças parecem ter ficado, ele admite que irá sentir falta de algumas qualidades do leitor eletrônico, como a facilidade e rapidez com que era possível adquirir um livro e a capacidade de evolução do e-reader, que está em constante processo de aperfeiçoamento. Fruhlinger cita inclusive alguns novos modelos – Kindle Touch 3G, Nook Simple Touch com GlowLight e Sony Reader PRS-T2 – que poderiam fazê-lo reatar com os e-readers, deixando uma porta aberta para a reconciliação.

Para sua sorte, nem o e-reader nem o livro impresso exigem exclusividade, de modo que nada impede que todos os envolvidos possam conviver pacificamente e em perfeita harmonia, se no futuro ele assim desejar.

Fonte: The Wall Street Journal

 

  1. Pelo amor de Deus! Este texto é um belo exemplo de leitura desnecessária ou pseudo-reportagem plantada por quem quer adiar ao máximo a virada do e-reader sobre o papel. Quanto repeteco do que já foi dito pelos cheiradores de livros de papel. Vejo um grande desserviço a quem ainda tem resistência em adquirir seu primeiro e-reader. Estranho ser publicado aqui neste blog.

  2. Sim, é preciso ressaltar muito bem: o problema do sujeito é com o Kindle, e não com os ereaders em geral. Com a ajuda do meu Sony Reader, poderia rebater todas essas críticas. A primeira posso contestar sozinho: já viajei e esqueci o livro impresso em casa, notando sua ausência já no avião. Ou seja: esquecer de carregar o aparelho não é uma culpa do Kindle, é culpa da memória humana. E mais: fiz questão de adquirir um ereader que não possui 3G e wifi. Para quê? Já há exatamente 943 ebooks em sua memória, para que necessitaria acessar com ele a internet ou uma livraria? Para fazer a bateria, que costuma durar mais de 10 dias, durar apenas 2 dias? Se me inteirasse de um novo livro interessante, usaria o PC ou o laptop para comprá-lo num momento oportuno. (Mania que essa gente tem de querer tudo correndo…)
    Sobre não haver certos livros disponíveis em ebooks, isso é uma besteira. Ora, estamos no início! Imagine alguém que, em 1996, parasse de acessar a internet, afinal, ainda não havia todos os sites que gostaria de acompanhar. Um idiota, claro.

    A questão de usar o erader durante pousos e decolagens, vocês mesmo já noticiaram aqui: a Amazon testou pouso e decolagem num avião cheio de aparelhos ligados e não deu em nada. É apenas uma questão de tempo. (E mais uma razão para adquirir um ereader sem wifi ou 3G, 4G, etc.)

    Sobre ler um ereader durante um banho de banheira, ah, é possível sim senhor. No ebay há lojas vendendo capas plásticas justamente para esse fim. Procure e encontrará → http://bit.ly/OnGz1J Eu costumava escalar alta montanha e, antes de entrar no refúgio, deixando a neve de fora, era sempre necessário guardar a câmera fotográfica num saco plástico, para evitar condensação. Uma providência que, com o tempo, se torna banal.

    Quando li que a Amazon deletou o ebook 1984 de vários Kindles que possuíam wifi, tive certeza: meu ereader não teria wifi e muito provavelmente não seria um Kindle. Com meu Sony Reader não empresto ebooks aos amigos: dou as cópias numa boa, inclusive de livros que eu mesmo escrevi. (Tenho quatro publicados.) Ora, é uma estupidez tratar objetos digitais como se fossem materiais. Com relação aos direitos autorais, à sobrevivência do escritor, paciência, o tempo nos trará uma resposta. Sou escritor e estou otimista.

    Eu, que tinha sempre mania de viajar carregando no mínimo 10 livros, estou feliz de poder levar 943 livros para onde quer que eu vá. Jamais deixarei de usar meu ereader. E ainda tenho outros milhares de livros impressos em casa. Convivem todos muito bem. E, se eu tivesse papiros e palimpsestos, tenho certeza que seus tataranetos digitais os respeitariam.

    Abraços!

    1. Olá, Marcio. É um PRS350sc. O antigo modelo de bolso → http://store.sony.com/p/PRS-350SC/en/p/PRS350SC
      Minhas únicas reclamações: 1) Falta um dicionário interno de português. (Mas se lançarem um firmware alternativo — como os que já existem por aí — contendo nossa língua, irei instalá-lo.) Na verdade, essa falta não me prejudica muito porque também leio espanhol, inglês e francês, e esses dicionários estão presentes; 2) Quando sublinhamos o texto, o processamento desse "sublinhado" poderia ser mais rápido. Só isso.
      Abraço!

  3. Só nos filmes haha, e bom quantas pessoas usam banheira? Pouquíssimas. E a única diferença no caso é que existe um valor maior no kindle do que num livro, mas o risco de estragar é o mesmo.

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